Símbolo da contracultura dos anos 1960, Hair revolucionou o teatro musical com psicodelia, ativismo e liberdade sexual. Estreou em 1967 no Off-Broadway e em 1968 na Broadway, dando voz à juventude hippie que rejeitava a Guerra do Vietnã. No Brasil, chegou em 1969, durante a ditadura militar, sob direção de Ademar Guerra, com elenco que incluía Sônia Braga e Antônio Fagundes. Agora, o clássico retorna ao Rio de Janeiro, no Teatro Riachuelo, com direção de Charles Möeller e Claudio Botelho e Rodrigo Simas e Eduardo Borelli nos papéis principais. Com cenas que trabalham o corpo dos atores, como coreografias e uma nudez coletiva, Simas falou com a coluna GENTE sobre a preparação de quase três meses para o personagem Berger.
“Dei uma intensificada nos treinos, mas ao mesmo tempo, quando a gente começa a fazer ‘passadão’, começa a virar o nosso treino aqui também… E tenho que tomar cuidado para não emagrecer muito, preciso comer bastante, porque a gente desgasta muito. Malho por saúde e por estética também, não é uma questão falar isso, seria hipócrita se falasse que não, é bom quando a nossa autoestima está boa. Soltar a voz é difícil. Admiro os cantores, atores que cantam, porque é algo mais difícil do que imaginava. Tive preparo, com três professores, na verdade, Dani Lima, que já tinha feito aula antes; Gilberto Chaves, que é um fono e um professor de canto; e o Marcelo Castro, maestro da peça. Fico feliz de estar numa peça que continua sendo atual hoje. É atemporal, infelizmente com questões políticas e de guerra que a gente ainda fala sobre”. No segundo semestre, Hair vai para São Paulo, reabrindo o Teatro Alfa, agora nominado BTG Pactual Hall. No Rio, segue em cartaz no Teatro Riachuelo, Centro.