Os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, Claudio Castro, do Rio de Janeiro, e Romeu Zema, de Minas Gerais, são os que terão mais trabalho a partir de 1°, quando as tarifas de 50% dos Estados Unidos contra o Brasil terão início. Os estados que eles representam são os que mais exportam produtos aos EUA e terão o maior prejuízo quando as taxas entrarem em vigor. O levantamento foi feito pela Câmara Americana de Comércio ao Brasil (Amcham Brasil).
A pesquisa revela que o estado de São Paulo foi o maior exportador de produtos aos EUA entre os meses de janeiro e junho de 2025. Foram 6,4 bilhões de dólares exportados, cerca de 32% do total do Brasil. Sucos de laranja, aeronaves e equipamentos florestais foram os itens mais exportados nesse período.
O Rio de Janeiro exportou 3,2 bilhões de dólares aos EUA no primeiro semestre de 2025, cerca de 16% do total do país. Os combustíveis responderam por boa parte dessas remessas. Os principais produtos foram óleo bruto de petróleo, óleos combustíveis de petróleo e produtos semiacabados de ferro e aço.
Já Minas Gerais respondeu por 8,1% das exportações aos EUA nos primeiros seis meses do ano por causa das siderúrgicas e mineradoras. Ferro gusa, máquinas de energia elétrica e café não-torrado foram os produtos mais exportados pelo estado aos americanos no período. O volume chegou a 2,5 bilhões de dólares.
A notícia é ruim para os três estados porque as indústrias locais perderiam competitividade nas exportações aos EUA e teriam que encontrar outras alternativas para não amargarem prejuízos ainda mais altos nos próximos meses. Elas podem ser obrigadas a diminuir suas produções ou até mesmo a cortar forças de trabalho por causa da diminuição no fluxo de comércio. As tarifas de 50% tendem a desestimular e diminuir as vendas aos Estados Unidos.
O ponto em comum entre São Paulo, Rio e Minas é o fato de eles serem governados por autoridades alinhadas à direita. O deputado federal Eduardo Bolsonaro admitiu que articulou nos Estados Unidos pela imposição de tarifas contra o Brasil e o ex-presidente Jair Bolsonaro tem endossado a narrativa de perseguição contra si e de defesa da anistia nas redes sociais.
Tarcísio de Freitas revelou em rede social que se reuniu com Gabriel Escobar, Encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, para discutir o tema e buscar soluções efetivas para o assunto. Tarcísio e Castro ainda podem ver o prejuízo de seus estados aumentar por causa da possível diminuição nas receitas de portos. Cerca de 90% das exportações brasileiras aos EUA é feita por navios, e uma diminuição no envio de remessas também afetaria as receitas dos dois maiores portos do Brasil.