Cerca de 200 trabalhadores foram presos, e alguns ficaram feridos, após um confronto com agentes do governo dos Estados Unidos em mais uma ação oficial de combate à imigração ilegal, em uma fazenda de maconha no sul da Califórnia, onde o cultivo e uso da planta é legalizado. Havia também dez jovens menores de idade entre eles, de acordo com as autoridades. Ao menos um homem, identificado como Jaime Alanis, ficou gravemente ferido e foi internado após cair de uma altura de cerca de metros em meio aos confrontos.
O sindicato dos trabalhadores rurais (UFW, em inglês), que acompanha as ações, chegou a afirmar, na sexta-feira 11, que Alanis havia morrido, mas a família informou depois, em uma entrevista ao canal de notícias NBC News, que ele estava vivo e seguia internado sob auxílio de aparelhos. Os parentes também criaram uma página de doações para auxílio no tratamento de Alanis, em que informam que suas chances de sobrevivência são pequenas, de acordo com os médicos. Até o início da tarde deste sábado, 12, não havia informações atualizadas sobre seu estado.
A jornalistas, uma porta-voz do Departamento de Segurança Interna (DHS), Tricia McLaughlin, informou que o homem “não estava sendo perseguido pelos agentes” e que “subiu no teto de um estufa, de onde caiu”, tendo sido imediatamente encaminhado para um serviço de socorro pelas autoridades.
A operação, coordenada pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) e pelo ICE, o órgão de fiscalização à imigração dos Estados Unidos, aconteceu na quinta-feira, 10, em uma fazenda de Camarillo, na California. Trabalhadores e agentes federais armados entraram em confronto. Bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas contra os manifestantes, de acordo com o canal de notícias britânico BBC. Ao menos um dos manifestantes também estava armado e atirou contra os policiais, de acordo com imagens do conflito compartilhadas pelo CBP, o serviço de proteção às fronteiras e alfândega dos EUA.
O chefe do CBP, Rodney Scott, que criticou em suas redes sociais o trabalho infantil e juvenil ilegal, informou que havia dez menores de idade entre os trabalhadores apreendidos na operação, sendo que o mais jovem tinha 14 anos.
Em um comunicado na sexta-feira, o UWF, o sindicato dos trabalhadores, afirmou que “muitos trabalhadores foram gravemente feridos” e muitos deles, “incluindo cidadãos americanos, ficaram detidos pelas autoridades federais na fazenda por mais de oito horas”. Os americanos detidos, também de acordo com o UWF, contam que só foram liberados depois apagarem os vídeos e fotos do confronto de seus celulares.
Com informações da Reuters e agências internacionais