Uma operação da Polícia Civil do Rio nesta sexta-feira, 11, mira numa quadrilha especializada em roubar carros de luxo em bairros da capital fluminense. O grupo, acusado de envolvimento em pelo menos 16 assaltos do tipo, tinha um modus operandi próprio para blindados: primeiro, os criminosos simulavam a colisão de uma motocicleta com o retrovisor direito; depois, quando o motorista deixava o carro para ver o dano, era rendido por outros dois homens armados, também em moto. Foi numa falsa batida dessa que o chef e apresentador de TV Felipe Bronze acabou vítima do bando, em maio. Os ladrões agiam, principalmente, na Grande Tijuca e em Jacarepaguá.
As investigações apontam que os bandidos usavam galpões em Queimados, na Baixada Fluminense, para cortar e clonar os carros roubados. A ação da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) segue em andamento, e até o final da manhã duas pessoas foram presas.
Chef reagiu e foi agredido
Em maio, Felipe Bronze desabafou em rede social, ainda com a camiseta suja de sangue, sobre o assalto que sofreu em Vila Isabel. Faixa preta de jiu-jitsu, ele reagiu e foi agredido, antes de ter seu carro blindado levado. “Roubaram o meu carro, me deram umas coronhadas na cabeça. Eu reagi muito mal. Foi meio que uma emboscada. Um bateu no meu meu retrovisor. Eu só abri a porta rapidamente para ajudar a ajustar o o retrovisor de volta. Aí eu fui rendido e, no susto, eu reagi tentando desarmar o cara”, contou Bronze, dizendo na época que, como reflexo de defesa pessoal, apontou a arma para o ladrão com a própria força dele. “Aí veio o outro cara, que estava armado também, e colocou a arma na minha barriga, me deu um soco na cabeça, me deram umas coronhadas, sangrei um pouquinho. Mas foi só o susto. Reagi muito mal. Apontaram a arma para mim. Foi o maior susto da minha vida. Não façam isso. Uma burrice imensa”, revelou ele, arrependido.
O chef, famoso na TV e que possui duas estrelas Michelin, levava a avó, que mora no Grajaú, para uma consulta. O caso ocorreu na noite do dia 10 de maio, uma sexta-feira. Ele chegou a fazer tomografia, mas os ferimentos foram superficiais e sem necessidade de pontos. No dia seguinte, o carro foi abandonado na Avenida Brasil, na altura do Conjunto Esperança, no Complexo da Maré. As polícias faziam um cerco na região.
Operação Torniquete
A atuação contra essa quadrilha faz parte da segunda fase Operação Torniquete, criada em setembro do ano passado para combater roubo, furto e receptação de veículos e cargas, crimes que vêm financiando as atividades de facções no Rio. Desde o início, mais de 540 criminosos foram presos, e veículos e cargas avaliados em R$ 38 milhões, recuperados. A polícia também bloqueou mais de R$ 70 milhões em bens e valores.
