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Como fica o mercado imobiliário com o tarifaço de Trump?

O país foi pego de surpresa com o anúncio de Donald Trump de estipular tarifas de 50% contra produtos brasileiros. Os principais afetados são o agro e a indústria do aço. O Brasil já não é muito dependente dos Estados Unidos mas, para essas indústrias em particular, os Estados Unidos são importador importante. Porém, ainda que sejam dois mercados principais mais afetados a curto prazo e de forma direta, o impacto será para toda economia brasileira, inclusive para o mercado imobiliário.

O primeiro reflexo é a insegurança econômica. O anúncio das taxações ocorre em um momento em que o Brasil já enfrenta um ambiente interno delicado: inflação em alta, juros pressionados e um mercado cambial que reage mal a ruídos políticos e institucionais. A expectativa de uma escalada no dólar nos próximos dias é real e pode agravar ainda mais o custo de vida, pressionando preços de alimentos, combustíveis e insumos da construção civil.

Com o dólar em alta, inflação pressionada e risco fiscal em evidência, o Brasil entra numa fase de incerteza ainda maior. O mercado imobiliário, que vinha se apoiando no crescimento da renda e na expectativa de queda nos juros, agora precisa lidar com um novo cenário: menos previsibilidade, menos apetite por risco e mais dificuldade de acesso ao crédito.

Nesse contexto, surge uma dúvida que paira sobre o mercado: o Banco Central vai conseguir segurar a inflação e a instabilidade cambial? Se o dólar disparar, algo que realmente pode acontecer, haverá pressão adicional sobre os preços e risco de perda de controle inflacionário. Isso pode forçar uma manutenção, ou até elevação, da taxa Selic, que vinha com expectativa para queda. E juros altos impactam diretamente o crédito imobiliário, tornando o financiamento mais caro e afastando potenciais compradores.

No lado internacional, essa alta cambial e insegurança, praticamente fecha a porta para brasileiros que planejavam comprar imóveis nos Estados Unidos. Esse era um movimento cada vez mais comum entre investidores de alta renda, que buscavam proteger patrimônio em dólar e ter uma alternativa segura fora do Brasil. Agora, esse capital tende a ficar represado ou buscar outros destinos, como Portugal, Emirados Árabes e até países da América do Sul.

A dúvida que resta é se o Banco Central conseguirá manter o controle sem frear ainda mais a economia. Enquanto isso, investidores e profissionais do setor devem redobrar a atenção. O cenário mudou e quem não se adaptar rápido pode perder oportunidades ou, pior, assumir riscos desnecessários.

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