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‘Aberto ao público’, a entediante aposta da Globo ao levar stand-up à TV

A aposta da TV Globo em juntar humoristas do stand-up em Aberto ao Público não agradou em sua estreia. Após a primeira exibição, neste domingo, 6, as redes sociais foram tomadas por críticas e ironias à atração. “Como a Globo consegue juntar tanto comediante bom e fazer um programa tão sem graça?”, questionou um usuário do X. Este comentário, aparentemente inofensivo, diz muito sobre os rumos do gênero na TV aberta na atualidade. Comandado por Maurício Meirelles, Bruna Louise, Thiago Ventura e Murilo Couto, o humorístico é gravado em um teatro de São Paulo, recebendo a cada episódio um comediante e uma celebridade. O objetivo é causar uma “vergonha” no convidado famoso.

A julgar pelo que foi ao ar, o programa é a prova de que a emissora “desaprendeu” a fazer humor inteligente ou que defina parâmetros para a concorrência querer fazer igual. Os Normais, Sai de Baixo, Casseta & Planeta Urgente, Tá no Ar, Tá na TV, entre outros, ditaram época e ainda hoje são lembrados por diferentes motivos. A originalidade passa longe agora dessa nova produção. Não por acaso, é comparada a programetes sem graça já vistos à enxurrada em RedeTV e SBT, por exemplo. Com piadas forçadas, roteiro sem graça e uma qualidade que lembra esquete da emissoras concorrentes, Aberto ao Público não mostrou a que veio.

O Jogador Denilson foi o convidado da vez. Em dado momento, teve que ouvir de um dos comediantes: “Lembrando que dinheiro é um assunto sensível para o Denilson. Mas afinal, quanto o Belo te devia?”. “Quanto ele me devia? Ele me devia muito”, afirmou o convidado, aos risos fracos, sobre a briga que teve com o cantor Belo – já tudo, aliás, resolvido. Requentar velhos problemas não é novidade no humor, a questão é… qual a função disso? Só entreter.

Em tempos de remake, muitos acreditam que clássicos da televisão poderiam ser resgatados para este mesmo papel. É o saudosismo de atrações como Tapas e Beijos, com a Fernanda Torres e Andreia Beltrão, que paira no ar. Só para citar um bom exemplo que alinha humor fino, roteiro afiado, escalação de primeira e temas do cotidiano. A busca por uma linguagem que acerte os jovens, ultraconectados, e a TV aberta, só a distancia mais e mais de seu objetivo: as massas. Levar para a TV influenciadores e humoristas que já têm domínio de palco nos TikTok’s e Instagran’s da vida não parece o mais salutar no momento – se fosse assim, o SBT, que encheu a grade com alguns deles, estaria em melhor maré. O engajamento na TV aberto é outro: não necessita de dancinhas ou piadas bobas que parecem improvisadas (mas foram exaustivamente ensaiadas); precisa sim de um bom roteiro.

Mesmo diante desse cenário apresentado, a produção se destacou, até pela escassez de algo melhor na audiência. No mesmo horário, a soma dos streamings chegou a 13,1 pontos, seguida por SBT (7,2), Record (2,8), TV por assinatura (2,3), Record News (0,4), Band (0,3) e RedeTV! (0,2). A Globo ficou com 9 pontos. Para os próximos programas, a emissora escalou as “comediantes” Gracyanne Barbosa e Deborah Secco. A julgar por este time de experts do humor, alguém duvida que isso muda alguma coisa?

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