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Após 100 anos, Paris reabre o Rio Sena para banho

Pela primeira vez em mais de cem anos, parisienses e turistas poderão mergulhar legalmente nas águas do Rio Sena. A partir deste sábado, 6, a capital francesa inaugura três áreas autorizadas para banho ao longo do rio. A reabertura é um dos principais legados dos Jogos Olímpicos de Paris, resultado de um esforço das autoridades para melhorar a qualidade da água para a competição.

As três zonas balneáveis foram instaladas em pontos simbólicos da cidade: próximas à recém-reaberta Catedral de Notre-Dame, à Torre Eiffel e ao Parque Bercy, no leste da capital. Segundo a prefeitura, mais de mil pessoas poderão nadar diariamente nos locais, que funcionarão de 5 de julho a 31 de agosto, com horários definidos e acesso permitido a maiores de 10 ou 14 anos, dependendo da localização. Equipes de salva-vidas estarão de plantão durante todo o período.

Investimento de peso

Viabilizado por um investimento de 1,4 bilhão de euros (cerca de R$ 8,1 bilhões), o plano de reabilitação do Sena incluiu a construção de estações de tratamento de esgoto, um reservatório gigante para conter águas contaminadas em dias de chuva e a exigência de que todos os barcos residenciais se conectassem à rede de esgoto. Casas ao norte de Paris também tiveram seus sistemas redirecionados para estações de tratamento adequadas.

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A qualidade da água passou a ser monitorada diariamente e, segundo a prefeitura, tem respeitado os padrões europeus desde o início de junho — com exceções pontuais após chuvas intensas. Assim como nas praias francesas, bandeiras serão usadas para indicar se o banho está autorizado. “Verde significa água própria para banho. Vermelho indica que a qualidade está ruim ou que a correnteza está forte”, explicou Pierre Rabadan, vice-prefeito de Paris.

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Herança das Olimpíadas

A proposta de devolver o rio à população é vista como uma das heranças positivas dos Jogos. A World Aquatics, federação internacional de esportes aquáticos, afirmou que o projeto “é exemplo de como o esporte pode gerar benefícios de longo prazo para as comunidades”.

Mas nem todos estão convencidos. Especialistas alertam para limitações nos métodos de análise de qualidade da água e variabilidade nos níveis de bactéria, o que poderia esconder riscos. “O problema não é permanente, mas há dias em que a água não está boa para banho”, afirmou Dan Angelescu, CEO da empresa de monitoramento Fluidion. Alguns moradores também demonstram ceticismo, mas muitos devem aproveitar a novidade em um dos principais cartões postais de Paris.

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