O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira, 4, que seu governo vai começar a enviar cartas informando parceiros comerciais sobre as novas taxas a que estarão sujeitos a partir de agosto. Segundo o republicano, os países que não fecharem acordos comerciais específicos com Washington até a próxima quarta-feira, 9 de julho, data que marca o fim da pausa de noventa dias nas “tarifas recíprocas” anunciadas por ele em abril, vão ter que pagar.
Trump disse a repórteres que cerca de “dez ou doze” cartas seriam enviadas ainda nesta sexta-feira, e informes adicionais serão despachados nos “próximos dias”. Espera-se que seu governo escreva a todos os seus parceiros comerciais sem acordo antes de 9 de julho.
“Acredito que até o dia 9 eles estarão totalmente cobertos”, disse ele, referindo-se ao prazo que os Estados Unidos estabeleceram para os países chegarem a acordos bilaterais para evitar tarifas mais altas. “Elas variarão em valor de talvez 60% ou 70% de tarifas a 10% e 20% de tarifas.”
O líder americano não deu mais detalhes sobre quais países seriam afetados, nem se as taxas seriam direcionadas a bens e serviços específicos.
O governo Trump já anunciou acordos com o Reino Unido e o Vietnã, além de ter firmado uma trégua na guerra comercial com a China após as tarifas impostas à segunda maior economia do mundo terem batido os 145%. Na quinta-feira 3, Scott Bessent, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, insinuou que o país está próximo de um acordo “estrutural” e amplo com a União Europeia, que evitaria tarifas de 50% sobre todas as exportações do bloco na próxima quarta-feira.
Tarifas como arma de negociação
Trump revelou seu programa de tarifas globais em 2 de abril, que apelidou de “Dia da Libertação” para os Estados Unidos, uma vez que ele sustenta que os americanos sofrem com parcerias comerciais “injustas”. Mas, posteriormente, anunciou a pausa de noventa dias para dar às nações afetadas tempo para negociar com seu governo.
O chefe da Casa Branca usou a aproximação do prazo para pressionar ainda mais os países que ainda estão em processo de negociação, afirmando que, embora “alguns” acordos comerciais estivessem quase concluídos, sua “inclinação é enviar uma carta e dizer quais tarifas eles pagarão”. “É muito mais fácil”, disse.
No início desta semana, Trump reiterou que não estenderia o prazo de 9 de julho para a conclusão dos acordos.
“Faremos o que o presidente quiser”, disse Bessent em entrevista na quinta-feira. “E será ele quem determinará se estão negociando de boa-fé.”