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A reação de Washington Reis após exoneração do governo do Rio

Um dos caciques mais cortejados da política fluminense para as eleições de 2026, o presidente estadual do MDB no Rio, Washington Reis, foi surpreendido na tarde de quinta-feira, 3, com sua exoneração da Secretaria Estadual de Transportes. À frente da pasta há dois anos e meio, ele tinha a palavra do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), de que a demissão era apenas um boato. “Vai trabalhar”, teria dito o mandatário ao aliado, em tom de brincadeira, um dia antes da publicação da medida em uma edição extraordinária do Diário Oficial. 

Bastou Castro entrar no avião rumo a Portugal, onde ficará até domingo para prestigiar um evento jurídico organizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, para o cenário mudar. A ausência no Palácio Guanabara voltou a abrir espaço para que o presidente da Assembleia do Rio, Rodrigo Bacellar (União), assumisse como governador em exercício. Desafeto de Washington Reis, Bacellar tratou de acelerar a exoneração

“Na quarta-feira, Castro disse que esse papo de exoneração era boato. Recebi a informação como um fato extraordinário na política, incomum. Já não espero mais nada”, contou Reis. 

Titular na Secretaria de Transportes desde que Castro assumiu seu segundo mandato, em 2023, Reis vinha conduzindo a licitação dos ônibus intermunicipais para o estado do Rio que prevê mais de 1.100 novas linhas, com a expectativa de atender cerca de duas milhões de pessoas por dia. Ex-prefeito de Duque de Caxias e próximo da família Bolsonaro, ele tem no município da Baixada Fluminense, um dos mais populosos do estado, seu principal reduto eleitoral. 

Não à toa, o político do MDB tem recebido acenos constantes do prefeito da capital carioca, Eduardo Paes (PSD), que sabe da importância de se fortalecer para além da cidade do Rio se quiser prosperar na eleição para o governo do estado, no ano que vem. Nesta sexta-feira, 4, ele voltará a se encontrar o vice do prefeito, Eduardo Cavaliere (PSD), que vai visitar a Fazenda Paraíso, um projeto de Washington Reis em Duque de Caxias para o tratamento de dependentes químicos. 

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No entorno de Paes, o cacique da Baixada é visto como o “vice ideal”. Reis desconversa: “Não tem essa tratativa neste momento. Apenas me defendo, enquanto os outros atacam. Um político que se preze tem que se relacionar com todo mundo”, diz. 

Fato é que a aparição nas redes sociais ao lado de Paes, com quem Reis tem boa relação, contribuiu para aumentar a ira de Bacellar, que também deve concorrer ao governo do Rio. “Não posso ter como secretário alguém que é insubordinado a mim, mal fala comigo e ainda por cima insiste em andar com o prefeito da cidade, com o presidente Lula. Todo mundo sabe do meu perfil, sou uma pessoa que tem lado. É bem claro: ele não pode estar aqui dentro da máquina jogando para dois lados”, argumentou o governador em exercício ao explicar a exoneração. 

Para os próximos dias, a expectativa ficará sobre a decisão que Claudio Castro vai tomar na segunda-feira, 7, quando reassumir o governo do Rio. No entorno de Washington Reis, a expectativa é de que o mandatário desfaça o movimento de Bacellar e volte a nomeá-lo na pasta dos Transportes. A decisão, contudo, representaria um duro golpe para o presidente da Alerj, também poderoso na política fluminense.

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