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A explicação de vereadora do PL para censurar Jorge Amado em escolas

A vereadora Jéssica Lemonie (PL), de Itapoá, no litoral norte de Santa Catarina, pediu a retirada do clássico Capitães da Areia, de Jorge Amado, das escolas da rede pública local. Ela alega que o livro “romantiza o estupro” e promove “apologia à criminalidade”. Durante sessão da Câmara Municipal, a parlamentar, eleita com apenas 388 votos, acusou o autor baiano de ser um “instrumento comunista” e sugeriu que sua obra seria usada para infiltrar ideias de esquerda no currículo escolar. Sem apresentar documentos técnicos ou pareceres pedagógicos, mas demonstrando clara ignorância literária, Lemonie afirmou que foi motivada por pais preocupados com o conteúdo do livro.

A Academia Brasileira de Letras (ABL) enviou uma nota de repúdio sobre o caso. “Academia Brasileira de Letras vem mais uma vez se posicionar contra a tentativa de censura a livros, como acontece agora em Santa Catarina. Escrito em 1937, o livro Capitães de Areia vem sendo admirado desde então. O acadêmico Jorge Amado, um dos nossos maiores escritores, reconhecido internacionalmente, ser descriminado por suposta influência política comunista, a essa altura do século 21, chega a ser patético. Até porque Jorge Amado renegou o comunismo em 1956”, disse o presidente Merval Pereira.

Publicado originalmente em 1937, Capitães da Areia é um dos livros mais emblemáticos de Jorge Amado e da literatura brasileira. A narrativa acompanha a vida de um grupo de meninos em situação de rua na Salvador da década de 1930, abordando temas como pobreza, violência, abandono, desigualdade e criminalização da infância. Por seu valor artístico e sua crítica social, é leitura frequente em vestibulares e programas escolares.

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