Embora tenha voltado a crescer, o PMI de Serviços da S&P Global divulgado nesta quinta-feira, 3, perdeu ritmo. O dado mostra que o setor de serviços norte-americano recuou de 53,7 para 52,9 pontos. O PMI Composto, que reúne manufatura e serviços, repetiu os 52,9 pontos.
Segundo Chris Williamson, economista-chefe da S&P Global Market Intelligence, o número deve reforçar a cautela do banco central americano em cortar juros. “O setor de serviços apresentou uma combinação bem-vinda de crescimento sustentado e aumento das contratações em junho, mas também registrou pressões de preços elevadas, o que deve manter o Federal Reserve cauteloso quanto a novos afrouxamentos”. Ele disse que, somado ao avanço da manufatura, o dado sugere que o PIB dos EUA cresceu a um ritmo anualizado “próximo de 1,5% no segundo trimestre”, com a criação de vagas no ritmo mais forte desde janeiro.
Não há garantia de que o crescimento vai continuar
O economista apontou alguns sinais de atenção que adicionam incerteza ao cenário. As exportações de serviços ainda estão caindo e alguns negócios voltados diretamente ao consumidor, como restaurantes, turismo e lazer, estão mais fracos. Isso segura o avanço da economia como um todo. “Incertezas sobre políticas governamentais também têm contido os gastos com serviços e mantido a confiança em níveis mais baixos que no início do ano. Não há garantia, portanto, de que o crescimento visto em junho se sustentará nos próximos meses”, disse.
Mesmo com a demanda mais fraca e a concorrência tentando segurar preços, o custo de vários serviços ainda sobe rápido, e ele destacou que houve o segundo maior aumento em mais de dois anos, atribuindo a alta ao tarifaço. “Em grande parte pelos custos relacionados às tarifas, e deve contribuir para elevar a inflação ao consumidor no curto prazo.”