Evangélicos divulgaram nesta quarta-feira, 2, um comunicado para repudiar a tentativa de aprovação de projeto que legaliza jogos de azar no Brasil. A proposta está no Senado e, segundo apurado por VEJA, poderá ser votado ainda antes do recesso parlamentar, que começa no dia 18 de julho, como deseja também o relator da proposta, senador Irajá Silvestre (PSD-TO).
O Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (Cimeb), que reúne pastores, evangelistas e missionários, demonstra em carta preocupação com, por exemplo, possível aumento no endividamento de famílias brasileiras. “O vício não é apenas um problema individual, mas social e de políticas públicas, afetando a saúde mental, financeira e até mesmo a segurança familiar”, citam no documento assinado no Rio de Janeiro por quinze representantes religiosos. O grupo falará com integrantes da bancada evangélica e aliados em uma tentativa de barrar a votação nas próximas semanas.

O projeto que regulamente cassinos, bingos e até o jogo do bicho foi aprovado na Câmara dos Deputados e seguiu para o Senado. A proposta cita que, economicamente, bilhões de reais movimentam a área mesmo sem regulamentação. Defensores do projeto sustentaram no plenário da Casa os benefícios econômicos da proposta, como a transferência de postos de trabalho do mercado informal para o formal.
Cassinos
A proposta que tramita no Senado não visa apenas a liberação dos jogos, mas as regras para a sua exploração econômica. Há interesses internacionais na proposta diante da possibilidade de construção de cassinos. Em São Paulo, por exemplo, diante do número de habitantes, haverá possibilidade de suportar até três empreendimentos do tipo.
No Senado, enquanto era presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União-AP) pautou a proposta, que foi aprovada. Agora que preside a Casa, parlamentares aguardam que ele coloque o texto para votação no plenário.