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Imagens de satélite mostram atividade em usina nuclear atingida pelos EUA no Irã

Novas imagens de satélite mostram atividade na usina de enriquecimento de urânio de Fordow, no Irã, que foi atingida por bombardeios dos Estados Unidos há pouco mais de uma semana. O presidente americano, Donald Trump, insiste que o programa nuclear iraniano foi “obliterado” com os ataques, mas avaliações iniciais de inteligência e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmam que o país pode readquirir suas capacidades na indústria em questão de meses.

As imagens foram coletadas pela Maxar Technologies no domingo 29. A empresa afirmou que elas “revelam atividade em andamento nos poços de ventilação e buracos e nas proximidades, causados ​​pelos ataques aéreos da semana passada ao complexo de enriquecimento de combustível de Fordow”.

As imagens mostram “uma escavadeira e vários funcionários posicionados imediatamente ao lado do poço norte, na crista acima do complexo subterrâneo. O guindaste parece estar operando na entrada do poço/buraco”.

This handout satellite image provided by Maxar Technologies and dated June 29, 2025 shows a close view of activity at the ventilation shaft at the Fordo (Fordow) Fuel Enrichment Plant complex, about 30 kilometres north of Qom in central Iran. (Photo by Satellite image ©2025 Maxar Technologies / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT
Visão detalhada da atividade no poço de ventilação do complexo da Usina de Enriquecimento de Combustível de Fordow, cerca de 30 quilômetros ao norte de Qom, no centro do Irã. 29/06/2025 –Maxar Technologies/AFP

De acordo com a Maxar, vários veículos adicionais também são vistos abaixo da crista e estacionados ao longo do caminho construído para acessar o local.

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Em publicação no X (antigo Twitter), David Albright, um ex-inspetor nuclear que agora lidera o Instituto de Ciência e Segurança Internacional, disse que imagens de satélite revelam que “os iranianos estão trabalhando ativamente” nos dois locais de impacto das bombas americanas, “penetrando nos poços de ventilação” da usina.

Albright avaliou que a atividade “pode ​​incluir o preenchimento das crateras, bem como a realização de avaliações de danos de engenharia e provável coleta de amostras radiológicas. As crateras acima dos poços principais permanecem abertas”.

“Observamos que os iranianos também repararam rapidamente os danos causados ​​pelas crateras das bombas na estrada de entrada principal, causados ​​apenas alguns dias antes. No entanto, ainda não há indícios de qualquer esforço para reabrir qualquer uma das entradas do túnel”, completou o especialista.

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This handout satellite image provided by Maxar Technologies and dated June 27, 2025, shows excavators at the tunnel entrances of the Fordo Fuel Enrichment Plant (FFEP) one week after US strikes on three Iranian nuclear sites early on June 22. Iran on June 26 denied it is set to resume nuclear talks with the United States after the end of a 12-day war with Israel, and accused Washington of exaggerating the impact of US strikes. (Photo by Satellite image ©2025 Maxar Technologies / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT
Escavadeiras nas entradas do túnel da Usina de Enriquecimento de Combustível de Fordow (FFEP), uma semana após os ataques dos EUA a instalações nucleares no Irã. 27/06/2025 –Maxar Technologies/AFP

Ataques dos EUA

No início deste mês, bombardeiros B-2 americanos lançaram contra o Irã catorze superbombas de treze toneladas cada, capazes de penetrar nos bunkers do programa nuclear iraniano incrustados nas montanhas: as usinas de Fordow e Natanz. Enquanto isso, mísseis Tomahawk lançados de um submarino americano atingiram a instalação de Isfahan, no centro do Irã, onde acreditava-se estar escondido o estoque de urânio enriquecido do país.

Os artefatos chamados “bunker buster” atingiram os dois poços de ventilação em Fordow, de acordo com o chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, Dan Caine. Ele disse em um briefing no Pentágono na semana passada que a maioria das bombas lançadas em Fordow “tinham a tarefa de entrar no poço principal, descer para o complexo a mais de 300 metros por segundo e explodir no espaço da missão”.

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No domingo, Rafael Grossi, chefe da AIEA, o órgão de fiscalização nuclear da ONU, afirmou que os ataques dos Estados Unidos não causaram danos totais ao programa nuclear iraniano e que Teerã poderia retomar o enriquecimento de urânio “em questão de meses”, contradizendo as alegações do presidente Trump de que as ambições dos aiatolás foram atrasadas em décadas.

Durante entrevista à emissora americana CBS, Grossi pareceu corroborar uma avaliação preliminar da Agência de Inteligência de Defesa do Pentágono, que havia indicado que os ataques de Washington contra as três mais importantes instalações nucleares iranianas na semana passada não eliminaram completamente suas capacidades e, provavelmente, atrasaram a indústria em cerca de seis meses.

Enquanto isso, o jornal The Washington Post noticiou no domingo que o governo americano interceptou mensagens nas quais oficiais iranianos, discutindo os ataques, afirmavam que eles não foram tão destrutivos quanto o previsto.

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O conflito de doze dias entre Israel e Irã começou no início deste mês, quando as forças israelenses lançaram um ataque sem precedentes, alegando ter como objetivo impedir Teerã de desenvolver uma bomba nuclear. O Irã insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos.

Os Estados Unidos, então, atacaram três importantes instalações nucleares iranianas antes do início de um cessar-fogo na semana passada. A extensão dos danos ao programa nuclear de Teerã tem sido acaloradamente debatida desde então.

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