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O novo e desafiador projeto de Jesuíta Barbosa após sucesso de Homem com H

Há dois meses, chegava nos cinemas o filme Homem com H, cinebiografia sobre Ney Matogrosso que virou sucesso de bilheteria e, recentemente, ganhou cartaz em outros países ao entrar para o catálogo da Netflix. A popularidade da produção alçou a outro patamar a fama de seu ator protagonista: aos 34 anos, o pernambucano Jesuíta Barbosa experimenta um novo reconhecimento ao reafirmar seu talento versátil e sua habilidade de entrar em projetos com um pé no cult e outro no popular. Ele, porém, não passou esse período contando o aumento de likes nas redes sociais. “A repercussão de Homem com H tem sido muito legal, mas estou mergulhado na sala de ensaio”, disse ele sobre a reclusão nas semanas que sucederam a estreia do filme. “Estou dedicado ao teatro, que demanda densidade e atenção.” O resultado desse empenho será visto a partir deste sábado, 28, no Teatro Antunes Filho, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, na peça Sonho Elétrico, com texto e direção de Marcio Abreu.

Se Jesuíta não teve tempo de surfar no aumento da popularidade, os colegas ao redor perceberam e se orgulham do ator. “Nas postagens sobre a peça aparecem comentários de pessoas em outras línguas, que conheceram o Jesuíta com Homem com H na Netflix”, destaca Abreu. Em entrevista a VEJA, a dupla mostra ser farinha do mesmo saco – no melhor dos sentidos. Intensos, filosóficos e com a terapia em dia, eles falam animados sobre o projeto que tem como inspiração a obra do escritor e neurocientista Sidarta Ribeiro, autor do livro Sonho Manifesto

Ethel Braga
Jesuíta Barbosa, Jessyca Meyreles, Idylla Silmarovi e Cleomácio Inácio na peça ‘Sonho Elétrico’ –Ethel Braga/Divulgação

Na história, um artista de uma banda, interpretado por Jesuíta, sai de um show e é atingido por um raio. Ele entra em coma e desperta em uma experiência psicológica e onírica, entre vida e morte. “Todos os outros personagens que aparecem são aspectos do protagonista, desse estado de mente”, explica Abreu. O dramaturgo faz ainda um paralelo sobre a trama e a vida real. “Há uma metáfora com o planeta, a arte, que são constantemente ameaçados. Que ficam nesse limite entre a vida e a morte.” 

Explorar os confins da mente é um exercício que atrai Abreu, fundador da Companhia Brasileira de Teatro. Segundo ele, Sonho Elétrico funciona como uma segunda parte do que virá a ser uma trilogia, iniciada pela peça de 2024 Ao Vivo – Dentro da Cabeça de Alguém, texto inspirado em A Gaivota, do russo Anton Tchekhov, e protagonizado por Renata Sorrah. 

Apesar da ampla experiência, Jesuíta afirma que a peça lhe impõe desafios, especialmente no jogo de cena com os outros três atores do elenco, Jessyca Meyreles, Idylla Silmarovi e Cleomácio Inácio. “Esse espetáculo, mais do que qualquer outro que eu tenha feito, tem um tempo ágil de contra resposta. Isso tem sido muito provocador para mim, porque a gente tem que estar em prontidão, a gente tem que estar atento o tempo todo para não deixar cair essa energia da cena.” A peça fica em cartaz até o dia 3 de agosto. 

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