Seis a cada dez brasileiros (58%) dizem ter vergonha dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta corte do Judiciário no país. O percentual representa quase o dobro dos que se afirmaram orgulhosos da atuação dos ministros (30%). Os dados são de pesquisa do instituto Datafolha divulgada na sexta-feira, 25.
A pesquisa perguntou aos entrevistados se eles têm “mais orgulho do que vergonha ou mais vergonha do que orgulho” de diferentes instituições e figuras públicas. O STF, o Congresso Nacional e o presidente da República apresentaram “índices de vergonha” próximos uns dos outros. Cerca de 56% dos brasileiros mostraram o sentimento negativo em relação ao presidente Lula (PT), enquanto a vergonha sentida pela população contra deputados e senadores da República ficou em 58% e 59%, respectivamente.
O sentimento de vergonha em relação ao STF é particularmente alto entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está sendo julgado pela Primeira Turma do STF sob a acusação de tentativa de golpe de Estado. Cerca de 82% dos bolsonaristas relatam o sentimento negativo em relação à corte, enquanto apenas 12% dizem ter orgulho dos ministros.
Já os eleitores do presidente Lula dizem ter mais orgulho que vergonha do Supremo. Pouco mais da metade deles (52%) constatam o sentimento positivo. Um a cada três lulistas (36%), contudo, se dizem envergonhados do STF.
No recorte por religião, há uma diferença significativa entre as percepções de católicos e evangélicos. Enquanto o primeiro grupo se aproxima da média do país — com 56% de “envergonhados” e 33% de “orgulhosos” — a população evangélica é mais crítica em relação à suprema corte. Duas a cada três pessoas evangélicas relatam vergonha do STF. Apenas 22% desse grupo afirma sentir orgulho da instituição. O Datafolha ouviu 2.004 pessoas entre os dias 10 e 11 de junho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.