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O que disse Javier Milei sobre a eliminação precoce de River e Boca

O presidente da Argentina, Javier Milei, reacendeu o debate sobre a gestão do futebol no país ao criticar veementemente o modelo associativo atual, após as eliminações precoces de Boca Juniors e River Plate na fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes. Em uma postagem contundente nas redes sociais, Milei defendeu a transformação das agremiações em Sociedades Anônimas Desportivas (SADs), equivalentes às Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) brasileiras.

A crítica de Milei foi acompanhada por uma comparação direta com o sucesso dos clubes brasileiros na competição. “Nem River, nem Boca. Sem argentinos no Mundial de Clubes. O Brasil foi com 4 times, os 4 passaram. Até quando teremos que apontar o fracasso do modelo Chiqui Tapia?”, questionou o presidente, referindo-se a Claudio Tapia, presidente da AFA (Federação Argentina de Futebol).

Milei descreveu o campeonato argentino como “frágil, com 30 times, sem competitividade, sem SAD, sem incentivos”, concluindo que “Chiqui Tapia e seu minúsculo círculo fazem mal ao futebol argentino”. Ele argumenta que a entrada de capital privado é fundamental para a competitividade e para evitar a “miséria” e a “pior qualidade” do futebol.

A defesa das SADs por Milei, que remonta a dezembro de 2023, quando ainda era candidato, provocou uma tensão aberta com a AFA e os clubes tradicionais do país. Tapia, que se opõe ao modelo de SADs, conseguiu mobilizar clubes como Boca Juniors e River Plate contra a medida, resultando em ações judiciais que bloquearam a implementação da liberação de capital privado no futebol argentino. No final de 2024, o governo de Milei chegou a revogar um decreto que concedia benefícios fiscais aos clubes argentinos, em uma ação vista como retaliação pela reeleição unânime de Tapia na AFA até 2029.

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Para Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana e que gerencia a carreira de centenas de atletas, a derrocada dos clubes argentinos também é fruto de um longo processo que combinou por décadas à depreciação econômica do país, e condena a proibição quanto a essas transformações.

“Em qualquer sociedade que se apresente como livre, não cabe mais justificar proibições como essa que defende a confederação”, aponta Freitas. “Até na Venezuela o ambiente de negócios e administração dos clubes de futebol é hoje mais propenso a desenvolvimento. Quem defende o atual regime é quem extrai benefício próprio da política neles, e do seu caráter associativo, como se dava no passado com os maiores sindicatos.”

Apesar da autorização governamental para a entrada de capital privado a partir de novembro de 2025, a guerra entre Milei e a AFA permanece, com a federação e a maioria dos clubes defendendo o modelo de associação civil, como confirmado em votação unânime em novembro de 2023. O impasse continua a moldar o futuro do futebol na Argentina.

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