O Banco Central (BC) estima que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o principal medidor da inflação no país, vai encerrar 2025 com alta acumulada de 4,9% no ano. O percentual é superior ao teto da meta de inflação, que é de 4,5%. O dado, se comprovado, não representaria uma melhora do indicador de preços ante o constatado no ano passado. A inflação fechou 2024 em 4,8%, como lembra o BC. As informações estão contidas no Relatório de Política Monetária divulgado pelo banco nesta quinta-feira, 26, que alerta que as expectativas de inflação “permanecem descoradas”.
O BC diz ser impossível (probabilidade de 0%) a inflação ficar abaixo do piso da meta, que é de 1,5%, em 2025. Ao mesmo tempo, há altas chances (probabilidade de 68%) do indicador terminar o ano acima do teto da meta.
A autoridade monetária prevê que a inflação deve ficar abaixo do teto da meta no final do ano que vem, considerado o horizonte relevante para o BC. Por ora, a autarquia espera uma inflação de 3,6% para 2026. Contudo, o centro da meta é de 3% e seu cumprimento segue fora de vista. “Não houve melhora nas expectativas de inflação para horizontes mais longos, que continuam desancoradas”, diz o documento divulgado nesta quinta-feira.
Projeção para o PIB
Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) do país, o Banco Central revisou sua projeção de crescimento em 2024 de 1,9% para 2,1%. “Apesar da revisão altista, permanece a expectativa de desaceleração da atividade econômica ao longo do trimestre corrente e do segundo semestre”, diz o relatório do BC. Caso a projeção se confirme, será o menor crescimento anual desde 2020, ano de eclosão da pandemia de Covid-19, quando o PIB encolheu 3,3%.
A estimativa do BC é menos otimista que a divulgada pelo governo federal. O Ministério da Fazenda espera que a economia cresça 2,4% em 2025 — que ainda seria o pior resultado em cinco anos. O PIB vinha de uma trajetória de aceleração desde 2022. Naquele ano, a economia brasileira cresceu 3%. Em 2023 e 2024, as altas foram de 3,2% e 3,4%, respectivamente.