O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez comentários na noite de quarta-feira 25 sobre o longo julgamento de corrupção do aliado Benjamin Netanyahu, afirmando em uma publicação nas redes sociais que a ação contra o primeiro-ministro de Israel deveria ser cancelada porque consiste numa “caça às bruxas” – emprestando um termo que usou para referir-se a processos movidos contra ele no passado.
“Bibi e eu passamos pelo INFERNO juntos, lutando contra um inimigo de longa data, muito duro e brilhante, de Israel, o Irã, e Bibi não poderia ter sido melhor, mais perspicaz ou mais forte em seu AMOR pela incrível Terra Santa”, escreveu Trump na Truth Social, usando um apelido do líder israelense.
O presidente americano, que já enfrentou uma série de acusações e condenações criminais que, segundo ele, tiveram motivação política, disse que “acabou de saber que Bibi foi intimado ao tribunal na segunda-feira” e também sugeriu um perdão para o “grande herói”.
“Foram os Estados Unidos da América que salvaram Israel (do Irã), e agora serão os Estados Unidos da América que salvarão Bibi Netanyahu”, completou Trump.
Acusações
Em dezembro, Netanyahu tornou-se o primeiro primeiro-ministro israelense a depor como réu em um julgamento criminal por corrupção. Ele definiu as acusações como um “oceano de absurdos”.
O líder do Estado judaico foi acusado de fraude, abuso de confiança e aceitação de propina em três casos distintos. Segundo os promotores, ele recebeu dezenas de milhares de dólares em produtos de luxo, como charutos e champanhe, de um produtor bilionário de Hollywood – em troca, teria prometido ajudá-lo com interesses pessoais e comerciais. Também está sendo julgado por promover benesses a magnatas da mídia em troca de cobertura favorável sobre si mesmo e sua família.
Ele nega qualquer irregularidade, afirmando que as acusações são uma caça às bruxas orquestrada por uma mídia hostil e um sistema jurídico tendencioso, com o objetivo de derrubar seu longo mandato. (Qualquer semelhança com a retórica de Trump não é mera coincidência.)
O julgamento de Netanyahu foi adiado diversas vezes desde seu início, em maio de 2020, algo justificado pelo primeiro-ministro devido à guerra em Gaza e, posteriormente, ao conflito no Líbano. Não está claro quando a próxima audiência será marcada.