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República Socialista de Nova York: cidade terá prefeito de esquerda

Aluguéis congelados, transporte gratuito, mercados (de comida) financiados pela prefeitura e mercados financeiros pesadamente taxados. É como se o PSOL tivesse conquistado a prefeitura de Nova York – com a diferença de que Zohran Mamdani é muito menos conhecido do que Guilherme Boulos e não teve apoios fora do campo da esquerda mais minoritária.

Ao ganhar a eleição primária para ser o candidato do Partido Democrata, ele está, aos 33 anos, com a prefeitura garantida. Ele concorre pelo partido grandão, mas é de um pequenininho: os Socialistas Democratas. Pertencem ao mesmo clá o senador Bernie Sanders, um veterano da esquerda americana, e a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, cujas ambições presidenciais ficam menos especulativas com a vitória de Mamdami, um indicador de que candidatos jovens, esquerdistas e com discurso idealista têm chances.

Mamdami conseguiu derrotar ninguém menos do que Andrew Cuomo, o ex-governador que se enrolou com questões de mulheres, mas continua – ou continuava – a ser uma força política importante. O desafortunado prefeito atual, Eric Adams, ficou em quarto lugar.

Imaginem Jew York City, uma brincadeira com a grande população judaica – 12%, a maior fora de Israel – ser governada por um prefeito que forma nas fileiras dos mais acalorados antissionistas, embora tenha afirmado, nada convincentemente, que não é contra a existência de Israel.

CAIXA DE FERRAMENTAS

É como se, literalmente, aquele pessoal de Columbia com keffieh enrolado na cabeça tivesse chegado ao poder. A esquerda está no sangue. Mandami é nascido em Uganda, na comunidade indiana que existia no país africano. Seu pai, Mahmood Mamdami, indiano muçulmano, é uma estrela dos chamados estudos pós-coloniais, designação acadêmica para tudo o que existe de mais woke no planeta. Chefia departamentos em Columbia e em Kampala.

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Zohran conquistou a vantagem de ser chamado de Zohran – políticos conhecidos pelo primeiro nome sempre parecem mais simpáticos. Está fazendo uma campanha cheia de energia, em contraste com os candidatos de sempre. Como todo esquerdista, pretende criar o paraíso sobre a terra, com casa e comida de graça, taxando os ricos. Registre-se que muitos ricos em Nova York também são de esquerda, um fenômeno importado em certos círculos privilegiados no Brasil.

Também faz um certos truques tirados da caixa de ferramentas da esquerda. Judeus nova-iorquinos receberam no dia da primária uma mensagem esquisita de um “judeu ortodoxo” dizendo que seu “amigo Idan”, morto pelo Hamas no festival Nova, “acreditava na paz como Zohran” e, como ele, “acreditava que todos deveriam ter moradia acessível, bons empregos e uma vida livre de discriminações”.

A eleição para prefeito será em 4 de novembro. O adversário é o republicano Curtis Sliwa, o criador dos Anjos da Guarda, grupo de voluntários que combatem o crime em locais complicados, como o metrô. Não vai ganhar. O maior centro financeiro do mundo poderá ser chamado de República Socialista de Nova York. É uma brincadeira, claro, mas com um bom componente real. Será uma experiência interessante, inclusive pelo dinheiro que começará a jorrar em direção a Zohran Mamdami, pois assim funciona o sistema.

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