O representante permanente dos Estados Unidos na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Matthew Whittaker, reiterou em discurso no Fórum Público da aliança militar nesta terça-feira, 24, em Haia, que a Europa precisa ser responsável pela sua própria segurança. Embora tenha dito que Washington “não vai a lugar nenhum”, a mensagem ecoa o posicionamento isolacionista do presidente Donald Trump, que acusa os europeus de dependerem dos americanos para sua defesa e inclusive já ameaçou deixar a Otan.
Whittaker afirmou que as expectativas dos Estados Unidos para a cúpula “têm sido bastante claras”, com foco em elevar os gastos com defesa dos membros da Otan para 5% do PIB. Segundo ele, o evento em Haia é “um momento histórico, provavelmente um dos momentos mais importantes na história desta aliança”, que ele espera que leve a “um renascimento de nossas indústrias de defesa, tanto aqui no continente europeu quanto na América do Norte”.
“Essa força é o que trará paz para as próximas gerações, porque ninguém vai querer se meter com a Otan”, declarou.
Enfatizando que a Europa deve assumir a responsabilidade primária pela própria segurança, ao dizer que “nossos aliados europeus precisam se apresentar para serem parceiros em pé de igualdade conosco”, afirmou que “os Estados Unidos não vão a lugar nenhum”.
“Já disse isso muitas vezes, e sei que vocês me ouviram dizer, os Estados Unidos serão um aliado confiável e, como vocês veem, e como vocês viram nos últimos dias, os Estados Unidos têm certas capacidades que vocês querem que uma aliança tenha”, sublinhou. “Nunca estivemos tão engajados, é isso.”
Whittaker também disse esperar que Trump “faça alguns comentários” sobre suas opiniões na cúpula, enfatizando que “precisamos garantir que todos estejam investindo na defesa comum da aliança”. Também elogiou as ações do presidente no Oriente Médio, após ataques americanos diretos contra o Irã, dizendo que “ele demonstrou, mais uma vez, que ações decisivas levam à paz”. É uma referência ao lema trumpista “paz através da força”.
Apesar da incerteza em torno do cessar-fogo anunciado pelo chefe da Casa Branca entre Israel e Irã na segunda-feira, Whittaker afirmou que “Trump tomou a decisão certa na hora certa” e isso “mudou o cálculo de todos e levou a região a se acalmar”. Também sustentou que isso é positivo para a Europa, uma vez que a instabilidade no Oriente Médio vem provocando fluxos de imigrantes e refugiados que inundam o continente há anos.
“Temos esperança de que, com a Síria agora parecendo estável, com o Irã, talvez um pouco mais controlado do que antes, realmente ver um momento geracional aqui, em que o Oriente Médio estará mais estável do que nunca”, completou. A ver.