Sem transmissão ao vivo ou presença de jornalistas, o STF vai realizar nesta manhã, por volta de 10h, uma acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o general Walter Braga Netto. Os dois são réus na ação de golpe de Estado que tramita no Supremo.
Cid é o único delator da investigação. Ele acusou Braga Netto, em diferentes pontos de sua delação, de integrar a trama golpista que pretendia executar, Lula e Geraldo Alckmin, sequestrar ou eliminar o ministro Alexandre de Moraes e entregar o poder a um governo militar provisório.
Além de cassar magistrados do STF, a junta militar teria poderes para convocar uma nova eleição no país, como mostra a minuta golpista revelada por VEJA em junho de 2023.
Quando ficarem frente a frente, Cid e Braga Netto vão duelar sobre a história narrada pelo delator. O general acusa Cid de mentir aos investigadores para garantir benefícios judiciais previstos no acordo de colaboração.
Braga Netto está preso há seis meses numa unidade do Exército no Rio de Janeiro, sob justificativa de ter tentado obter ilegalmente a delação de Cid. Ele viajou a Brasília especialmente para ficar frente a frente com Cid, acatando ordem de Moraes.
O general acusa o delator de ter inventado as histórias que narrou em sua delação. Cid é classificado de “mentiroso contumaz” pela defesa de Braga Netto. Como colaborador, ele deu diferentes versões para a participação de Braga Netto na trama golpista, só admitindo determinados fatos depois de ser confrontado pessoalmente pelo ministro Alexandre de Moraes.
A acareação solicitada pela defesa de Braga Netto é mais um movimento para tentar desqualificar o delator e as provas levadas por ele ao processo.
