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Até quando a ABL vai ignorar Conceição Evaristo

Aos 78 anos, Conceição Evaristo é, hoje, a autora brasileira mais festejada em diferentes formas. O nome da autora de Canção para ninar menino grande e Escrevivência ultrapassa até as barreiras nacionais. A nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, em passagem pelo Brasil para participar de uma série de eventos, não cansou de falar de Conceição. O mesmo fez a cubana Teresa Cárdenas pelo Rio. Ao ser perguntada pela coluna GENTE, que tipo de literatura brasileira a inspira, ela respondeu: “Tive a oportunidade de participar de uma edição da Conceição Evaristo publicada em Cuba e estou muito feliz de ter contribuído. Aqui, é claro, gosto da Carolina Maria de Jesus e outras mulheres negras que conheço. Mas Conceição para mim é a grande dama da literatura pró-brasileira, a rainha, e ouvi-la é sempre uma lição, uma aula magistral”.

Agora, a autora brasileira será enredo de escola de samba. sob o título Ponciá Evaristo: Flor do Mulungu, o Império Serrano prepara uma homenagem a ela para o Carnaval 2026. O desfile é assinado pelo carnavalesco Renato Esteves. Por onde passa, Conceição enche salões, forma filas de fãs em bienais literárias e feiras do gênero, lota livrarias para autógrafos. Mas, apesar de todo esse movimento, ainda não foi agraciada com o título de “imortal” da Academia Brasileira de Letras (ABL). Quando concorreu, em 2018, aos 71 anos, perdeu para Cacá Diegues. Uma das mais reconhecidas autoras do Brasil, de sua “escrevivência”, como chama seu processo de escrita que nasce do cotidiano, ela compõe relatos ficcionais do afrodescendente no Brasil com os dois pés na realidade. A escritora, que venceu o Prêmio Jabuti na categoria contos em 2015 com Olhos d’água, tem todas as credenciais para ser eleita pela ABL.

Aliás, sua categoria prêmios é extensa: levou oPrêmio Juca Pato de Intelectual de 2023, sendo a primeira mulher negra a receber essa honraria. Além disso, foi homenageada como Personalidade Literária do Ano pelo Prêmio Jabuti em 2019 e recebeu o Prêmio Jabuti em 2017 na categoria contos e crônicas, entre outros. Enquanto a instituição de Machado de Assis a ignora, ela mesma faz sua história. Imortal já é.

 

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