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Chanceleres da UE fazem cúpula para discutir guerras na Ucrânia e no Oriente Médio

Os ministros das Relações Exteriores dos países membros da União Europeia se farão uma reunião nesta segunda-feira, 23, em Bruxelas, para discutir a posição do bloco em relação às guerras na Ucrânia no Oriente Médio. O encontro ocorre após o agravamento da crise na região, com a entrada dos Estados Unidos no conflito Israel-Irã, enquanto a questão de Gaza segue não resolvida – um contexto que os chanceleres acusam o líder da Rússia, Vladimir Putin, de usar como cortina de fumaça para intensificar sua operação militar em solo ucraniano.

Com o evento, o Conselho de Relações Exteriores dá início ao que alguns apelidaram de uma “super semana” na política externa europeia, que verá ainda uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Haia, e a cúpula do Conselho Europeu no final desta semana.

E há muito sobre o que falar.

A pauta da reunião desta segunda-feira começa com a Ucrânia, após mais uma noite de pesados ​​ataques russos com 352 drones e 16 mísseis, segundo a Força Aérea do país, a maioria mirando Kiev. Pelo menos dez pessoas foram mortas e mais de uma dúzia ficaram feridas com projéteis que atingiram áreas residenciais, hospitais e infraestruturas esportivas em vários distritos da capital ucraniana.

O presidente do país, Volodymyr Zelensky, disse que “relatórios preliminares indicam que armas balísticas da Coreia do Norte também foram usadas”.

“Todos em países vizinhos à Rússia, Irã e Coreia do Norte deveriam pensar cuidadosamente se conseguiriam proteger vidas se essa coalizão de assassinos persistir e continuar espalhando seu terror”, alertou ele.

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Zelensky viajou ao Reino Unido nesta segunda para uma rodada de negociações sobre “novas e poderosas medidas para aumentar a pressão sobre a Rússia por esta guerra e pôr fim aos ataques”. Ele se encontrará com o rei Charles III, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, os presidentes das duas casas do Parlamento, além de militares ucranianos que estão sendo treinados no país.

Questão do Oriente Médio

Depois, os chanceleres europeus se voltarão para o Oriente Médio. A expectativa é de que exijam o retorno da diplomacia e a necessidade de evitar uma nova escalada nas hostilidades.

A chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, afirmou que os líderes estão “muito focados” em encontrar uma solução diplomática para a situação com o Irã, com crescentes “preocupações com retaliações e com a escalada desta guerra”.

Ela afirmou ainda que a ameaça do Irã de fechar o Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do trânsito de exportações de petróleo do mundo, “é algo extremamente perigoso e prejudicial a todos”.

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Além disso, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, alertou contra qualquer tentativa de forçar uma mudança de regime no Irã, ao mesmo tempo em que destacou que a escalada do conflito no Oriente Médio pode ser “devastadora” para a região, com consequências gravíssimas para a estabilidade global.

Referindo-se à sua reunião na última sexta-feira 20 com o ministro das Relações Exteriores do Irã, que também envolveu seus homólogos alemão e britânico, Barrot afirmou que a Europa possui a experiência, a competência e o conhecimento detalhado das questões para abrir um espaço de negociação com o Irã.

O foco, porém, ainda deve ser a Ucrânia. Kallas sustentou que, “enquanto nossos olhos estão voltados para o que está acontecendo no Irã e no Oriente Médio, há pessoas morrendo em Kiev”, bombardeada quase todos os dias. Ela afirmou que o principal objetivo do encontro será fechar um novo pacote de apoio militar para a Ucrânia e uma nova rodada de sanções contra a Rússia.

O chanceler polonês, Radosław Sikorski, disse a repórteres que Moscou usa a escalada da situação no Oriente Médio como pretexto para intensificar seus ataques à Ucrânia.

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Acordo de associação UE-Israel

Também se espera uma grande discussão sobre uma possível revisão do Acordo de Associação UE-Israel, pacto que rege os laços entre o país e o bloco europeu desde que foi estabelecido, em 2000. Nos termos do texto, ambas partes concordaram que seu relacionamento “será baseado no respeito aos direitos humanos e aos princípios democráticos”.

Na semana passada, um documento vazado do serviço diplomático da União Europeia, visto pela agência de notícias Reuters, afirmou que “há indícios” de que Israel está violando suas obrigações de direitos humanos devido à sua conduta em Gaza.

“Há indícios de que Israel estaria violando suas obrigações de direitos humanos nos termos do Artigo 2 do Acordo de Associação UE-Israel”, disse o texto, citando avaliações do Tribunal Internacional de Justiça, do Alto Comissariado para os Direitos Humanos e de vários outros órgãos da ONU.

Embora não tenha pedido sanções imediatas e tenha linguagem cautelosa, o documento representa um momento significativo nas relações da Europa com um aliado de longa data. O texto integral será apresentado por Kallas aos ministros das Relações Exteriores nesta segunda.

Não está claro, porém, se os chanceleres partirão para uma revisão em meio à escalada e à incerteza da situação no Oriente Médio.

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