Exilados em Paris, os herdeiros do Xá Reza Pahlavi, que comandava o Irã até ser deposto pela revolução islâmica em 1979, disseram que é hora do chefe supremo do país persa, o aiatolá Ali Khamenei, renunciar para evitar mais derramamento de sangue. A declaração ocorre após ataques americanos às instalações nucleares iranianas.
“Não ao apaziguamento, não à guerra e sim à mudança de regime — mudar a ditadura religiosa do povo iraniano e a resistência iraniana”, disse ela Maryam Rajavi, filha do antigo monarca e líder dos Mujahedin do Povo (MEK), organização considerada ilegal no Irã.
O paradeiro de Khamenei, que lidera o país desde 1989, não está claro depois que Israel se recusou a descartar a possibilidade de matá-lo. Grupos de oposição dizem que ele está em segurança, em um bunker, onde já teria indicado sucessores, mas todos ainda ligados à cúpula da nação teocrática, governada por líderes religiosos.
Já Reza Pahlavi, que seria o herdeiro natural do trono, caso o antigo regime fosse mantido, disse que “a única maneira segura de alcançar a paz é acabar com este regime agora”.
“Enquanto Khamenei considera como responder de seu bunker subterrâneo, eu digo a ele: pelo bem do povo iraniano, responda renunciando”, disse ele.
Em outra declaração, a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2023, Narges Mohammadi, que permanece no Irã em liberdade condicional após cumprir uma pena de prisão, chamou o governo do Irã de “regime religioso, autoritário e misógino”.
Apesar disso, fez questão de frisar que é contra a “guerra devastadora e implacável” e pediu que ambos os lados aceitassem um “cessar-fogo imediato”.
“Acredito firmemente que a democracia e a paz não surgirão dos corredores escuros e aterrorizantes da guerra e da violência”, concluiu.