O secretário de defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth descartou uma mudança no regime do Irã, na manhã deste domingo, 22. “Essa operação não se trata de uma mudanças de regime, o presidente autorizou uma operação de precisão para neutralizar uma ameaça aos nossos interesses nacionais por conta do programa nuclear iraniano”, afirmou. durante entrevista coletiva na sede do Pentágono, em Washington.
Em tom duro, Hegseth avaliou a entrada do país na guerra deflagrada por Israel contra o páis persa como sendo “ousada e brilhante. “Nos devastamos o programa nuclear iraniano. É importante salientar que os alvos não foram civis ou militares. Trump afirmou que o Irã não pode ter uma arma nuclear. Ponto final”, disse.
Durante seu pronunciamento inicial, o secretário leu um papel para citar as palavras do presidente americano: “Qualquer retaliação do Irã aos EUA será combatida com maior força do que hoje à noite. É importante que o Irã leve a sério essas palavras. Assinado, Donald J. Trump”, completou. Ele destacou ainda que muitos presidentes sonharam em destruir o programa nuclear americano, mas apenas Trump conseguiu.
Houve, no entanto, a preocupação de afirmar que o governo tentou a via diplomática ao negociar com o governo dos aiatolás para que se assinasse um novo acordo nuclear. “Infelizmente, houve um impasse”, destacou, justificando a ofensiva armada. O secretário de defesa, contudo, fez questão de destacar que os EUA não pretendem promover mudanças políticas no país.
O republicano também fez questão de diferenciar a gestão atual do governo democrata Joe Biden, ao afirmar que “esse não é o governo anterior” e que “o poder americano está de volta”. Em uma interpretação particular dos fatos, ele também culpou Biden por aproximar o Irã de outras potências nucleares, como a China e a Rússia.
Em uma mensagem com cara de reacado, direcionado à comunidade internacional, Hegseth fez questão de sinalizar qual será a postura de Trump em caso de conflitos armados. “Os EUA não querem a guerra, mas, vou ser claro: vamos agir decididamente, quando nosso povo, nossos parceiros, ou nossos interesses forem ameaçados. Quando esse presidente fala, o mundo deve ouvi-lo”.
A fala de alto cunho polítco, se dirige também ao público interno. Ao atacar o Irã, Trump descumpriu uma promessa de campanha de não se envolver em conflitos armados, o que descontenta boa parte de sua base conhecida como MAGA (Fazer a América Grande de Novo, na sigla em inglês).
Detalhes do ataque
A operação ultraconfidencial, batizada de Midnight Hammer teve como objetivo danificar a infraestrura iraniana. Sete bombardeiros deixaram os Estados Unidos e cruzaram o oceano Atlântico em um voo de 18 horas, em que foram reabastecidos diversas vezes por aviões de suporte aéreo. A comunicação entre eles e a base foi mínima. Um submarino também foi utilizado na ofensiva, lançando 12 mísseis Tomahawks contra alvos iranianos em Isfahan.
“Esse tipo de operação é justamente o que as forças americanas fazem melhor do que quaquer outra no mundo”, destacou o General Dan Caine, chefe das forças do Estado-Maior, em sua fala inicial, em que fez questão de destacar a capacidade militar dos Estados Unidos.
Às 2h10 da manhã, 12 bombas do tipo “destruídoras de bunkers”, os únicos armamentos do mundo capazes de penetrar no solo, foram disparados sobre duas das instalações, em Fordow e Natanz. Não há, por ora, qualquer avaliação quanto à extensão dos danos, nem se o Irã perdeu totalmente a capacidade de se tornar uma potência nuclear.
“Temos centenas de ativos que ainda podem ser lançados e espero que nossas forças destacadas sigam em nossas mentes”, disse Caine.