O prêmio de 1 bilhão de reais da Mega da Virada, que será sorteado no dia 31, pode transformar um único brasileiro em bilionário, ou vários em milionários, da noite para o dia. Mesmo aplicado em um investimento conservador como a poupança, o valor já colocaria o ganhador, na prática, na condição de rentista vitalício, ainda que essa esteja longe de ser a estratégia mais eficiente do ponto de vista financeiro.
Pelas regras atuais, a caderneta rende 8,41% ao ano (taxa equivalente), isenta de Imposto de Renda e com liquidez diária, o que ajuda a explicar por que segue sendo a primeira escolha de muitos brasileiros, mesmo em cenários de juros elevados.
Segundo cálculos da Riconnect, esse rendimento, em apenas um mês, o prêmio renderia cerca de 4,4 milhões de reais. Ao longo de um ano, os ganhos chegariam a 57,1 milhões de reais. Em um horizonte de dois anos, mantendo o valor aplicado e reinvestindo os rendimentos, o montante acumulado ultrapassaria 122,8 milhões de reais. Em outras palavras, sem tocar no principal, o vencedor receberia mensalmente o equivalente a um prêmio milionário.
É esse poder de geração de renda que transforma a bolada em algo muito maior do que um consumo imediato. Mesmo em um investimento conservador como a poupança, o capital cria um fluxo contínuo capaz de sustentar um padrão de vida elevado sem a necessidade de dilapidar o patrimônio. Caso os rendimentos não sejam integralmente gastos, o efeito dos juros compostos amplia ainda mais o ganho ao longo do tempo.
Ainda assim, especialistas em gestão patrimonial alertam que a poupança está longe de ser a opção mais eficiente para quem pensa em longo prazo. “Ela cumpre um papel de proteção e simplicidade, mas perde para outros ativos quando o objetivo é renda recorrente e preservação real do patrimônio”, afirma Rafael Costa, fundador da Cash Wise Investimentos. Segundo ele, o maior risco para um ganhador da Mega da Virada não está no mercado, mas no comportamento.
“A grande dica que eu daria é investir todo o valor em ativos geradores de renda, para que a pessoa nunca mais precise trabalhar e viva apenas do que pinga mensalmente”, diz. Costa cita alternativas como fundos imobiliários e outros instrumentos de renda periódica. “Nunca, jamais, pegar esse dinheiro e sair comprando bens de alto valor. Esse é o erro clássico. A decisão correta é investir em ativos que gerem renda.”
Com disciplina, mesmo a aplicação mais conservadora transforma o prêmio em uma máquina de renda.
