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Rússia diz ter deslocado mísseis nucleares para Belarus, ampliando risco geopolítico

A Rússia anunciou nesta terça-feira o início da operação de seus mísseis nucleares Oreshnik em Belarus, um passo que amplia significativamente a presença militar russa na Europa Oriental e pressiona diretamente países da Otan. Os sistemas, de alcance intermediário, podem atingir grande parte do território europeu e até regiões da costa oeste dos Estados Unidos, caso armazenados em bases bielorrussas.

Imagens divulgadas pelos ministérios da Defesa da Rússia e de Belarus mostram unidades móveis do Oreshnik sendo camufladas e posicionadas em áreas florestais.

Segundo o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, até 10 sistemas serão instalados no país aliado, consolidando Minsk como um ponto estratégico da presença militar russa na região.

Especialistas em defesa internacional avaliam que a escolha de Belarus permite à Rússia reduzir o tempo de resposta das defesas europeias, reforçando sua capacidade de dissuasão nuclear.

Aliança Moscou-Minsk em evidência

A cooperação entre Rússia e Belarus se aprofundou desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

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Lukashenko, que governa o país com mão de ferro há mais de três décadas, tem fornecido logística, equipamentos e território para a operação russa, embora não tenha enviado tropas regulares bielorrussas para o front ucraniano.

O deslocamento dos mísseis ocorre em um momento de tensão diplomática, com a Ucrânia reforçando a evacuação de vilarejos ao longo da fronteira norte e líderes europeus buscando equilibrar esforços de negociação de paz com medidas de dissuasão militar.

Impacto sobre a segurança europeia

Os Oreshniks, capazes de velocidades superiores a Mach 10, representam um desafio tecnológico para as defesas antiaéreas da Otan. Pesquisadores analisando imagens de satélite identificaram sinais de que os lançadores móveis podem estar baseados em uma antiga instalação aérea em Krichev, a cerca de 300 km de Minsk.

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A presença desses sistemas em Belarus eleva o risco de escalada nuclear, sobretudo em caso de um conflito direto ou de interpretações equivocadas de manobras militares. A União Europeia e a Otan reforçam a vigilância na fronteira oriental e alertam que qualquer movimentação estratégica russa próxima a países membros da aliança será interpretada como ameaça direta.

Riscos de escalada e contexto estratégico

Especialistas ressaltam que a movimentação dos mísseis Oreshnik é parte de uma série de medidas russas para redefinir sua doutrina nuclear, permitindo o uso preventivo em resposta a ataques convencionais percebidos como ameaças existenciais.

Recentes testes com armas hipersônicas e mísseis de cruzeiro nucleares já haviam sinalizado um endurecimento da postura estratégica de Moscou.

Enquanto negociações de paz com a Ucrânia avançam lentamente, a instalação de sistemas nucleares fora do território russo cria um novo patamar de tensão geopolítica, capaz de redefinir a lógica de dissuasão na Europa e provocar respostas militares e diplomáticas coordenadas da Otan.

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