O Grupo Casas Bahia anunciou que seu plano de reestruturação da dívida chegou ao fim, com uma redução de 2,3 bilhões de reais no valor de sua dívida no comparativo com o balanço do terceiro trimestre de 2025. A informação foi publicada em documento enviado ao mercado nesta terça-feira, 30.
A companhia prorrogou os vencimentos da primeira e terceira série da décima emissão de debêntures (títulos de dívida). A primeira estava prevista para vencer em 2029 com uma taxa de CDI + 1,5% ao ano. O vencimento ficou para 2050 com a taxa atrelada a somente o CDI. A terceira série estava prevista para vencer em 2030 com uma taxa de CDI + 1% ao ano. A mesma foi convertida em apenas CDI e o vencimento ficou para 2050. A segunda série virou debêntures que se converteram em ações da própria companhia.
A empresa fez ainda uma décima primeira emissão. Na primeira série a companhia capturou a maioria de suas debêntures simples e aplicou a mesma lógica da terceira série da décima emissão. Com vencimento para 2050 com uma taxa de 100% do CDI. Na quarta série, as demais debêntures que tinham vencimento a partir de janeiro de 2026 foram convertidas para a terceira série da décima emissão. Também com vencimento para 2050 com uma taxa de 100% do CDI. A segunda e a terceira série foram convertidas em ações.
Se por um lado a medida alongou o prazo da dívida, o acionista se viu diluído devido às debêntures conversíveis em ações. Antes do processo de reestruturação, o Grupo Casas Bahia tinha um capital social de 654 milhões de reais, seus acionistas originários possuíam 100%. Após a conversão dos títulos de dívida, os debenturistas ficaram com 44,3% do capital social, cerca de 533 milhões de reais. Já os acionistas base, ficaram com 55,7% do capital, avaliado em 671 milhões. Ou seja, houve uma perda de 44,3 pontos percentuais na participação acionária para que essa redução de endividamento acontecesse.
De modo geral, a empresa diz que conseguiu uma redução de 3 bilhões de reais em dívidas relacionadas às debêntures. Já em relação ao balanço do terceiro trimestre de 2025, o Grupo Casas Bahia viu seu endividamento líquido sair dos 4,48 bilhões de reais para 2,15 bilhões de reais, uma queda de 2,3 bilhões de reais. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, saiu de 1,9 vez para 0,9 vez.
“Houve uma redução de 1,5 bilhão de reais em despesas financeiras incorridas entre 2026 e 2030, resultando em uma economia total de caixa de cerca de 4,7 bilhões de reais no mesmo período. Com isso, teremos uma melhora no perfil de crédito da empresa, o que aprimora as relações com fornecedores e possíveis novos credores”, conclui o Grupo Casas Bahia.