Em 2025, a Globo promoveu a mais ampla reorganização de seu jornalismo em quase três décadas. A saída de William Bonner da bancada do Jornal Nacional em novembro, após 29 anos no posto como âncora e 26 como redator-chefe do maior telejornal do país, colocou em marcha uma dança das cadeiras que alterou apresentadores, horários e até o tom de alguns de seus principais programas. Antes apresentador do Jornal Hoje, César Tralli foi eleito o sucessor de Bonner e assumiu oficialmente a bancada do JN, apresentando ao lado de Renata Vasconcellos.
Após seis anos à frente do telejornal da madrugada, Hora 1, Roberto Kovalick passa o comando a Tiago Scheuer. A troca inaugurou um efeito dominó: Kovalick saiu da madrugada para Jornal Hoje, exibido logo após o almoço, no lugar de Tralli.
Sob o comando de César Tralli nos últimos quatro anos, o Jornal Hoje passou por uma inflexão editorial. Criado em 1971 e já apresentado por nomes como Sandra Annenberg, Léo Batista e Pedro Bial, o telejornal ganhou uma abordagem mais opinativa, marcada por comentários críticos e cobranças diretas às autoridades —uma característica que Tralli já havia desenvolvido no SPTV. Essa marca pessoal ajudou a diferenciar o jornal da tarde dentro da grade da Globo.
Em fevereiro, Rodrigo Bocardi, apresentador do Bom Dia, São Paulo, foi demitido da Globo por questões de compliance nunca reveladas oficialmente. A emissora comunicou a saída do jornalista em uma nota seca, avisando que ele seria substituído por Sabina Simonato. Competente, a apresentadora segurou o telejornal após a mudança brusca. Bocardi atualmente apresenta um programa em suas redes sociais, em que compartilha denúncias da população.
Apresentadora da GloboNews, Daniela Lima foi demitida do canal em agosto, tendo sido substituída por Rafael Colombo no Conexão GloboNews algumas semanas depois. Daniela segue como colunista do UOL e está na TMC, antiga rádio Transamérica.
A dança das cadeiras, porém, não se restringiu aos telejornais diários. A Globo também anunciou mudanças nas manhãs de sábado, ajustando formatos e equipes após a redução do tempo de exibição do É de Casa, que passou a ir ao ar das 9h às 12h. Rita Batista deixou o programa para se dedicar à teledramaturgia, integrando o elenco da próxima novela das seis, A Nobreza do Amor. O quadro Bem Estar aos sábados passou a ser apresentado apenas por Maria Beltrão, enquanto a médica Thelma Assis se juntou ao Encontro com Patrícia Poeta. Michelle Loreto migrou para a reportagem de variedades, Valéria Almeida assumiu posição fixa no Paulistar e na produção de reportagens para os telejornais paulistas, Mateus Luz deixou a equipe dos matinais e Jorge Félix passou a fazer participações pontuais com pautas sobre longevidade.
Em outras emissoras, mudanças também ocorreram. Em março, a Record anunciou a saída de Celso Freitas, âncora do Jornal da Record desde 2006. O jornalista foi substituído por Sérgio Aguiar, que acabou dispensado e trocado por Eduardo Ribeiro. Freitas foi contratado recentemente pelo SBT para integrar o elenco do SBT News, novo canal de jornalismo do Grupo Silvo Santos. Apresentadora do Hoje em Dia, Ticiane Pinheiro, esposa de César Tralli, deixou a Record após quase 20 anos de casa e ainda não anunciou sua nova casa.
No SBT, além da renovação do quadro de funcionários com contratações para o SBT News como Basília Rodrigues (ex-CNN Brasil) e Amanda Klein (ex-RedeTV!), a emissora também demitiu Márcia Dantas, apresentadora do Chega Mais Notícias no começo do ano, que atualmente está na Jovem Pan News. Mas o que mais chamou a atenção foi a chegada — e a saída de José Luiz Datena da emissora. Contratado para o Tá na Hora, telejornal que competia com o Brasil Urgente, da Band, o qual apresentara por muitos anos, Datena pediu rescisão contratual após cinco meses. Hoje, ele está na RedeTV!.
Acompanhe notícias e dicas culturais nos blogs a seguir:
- Tela Plana para novidades da TV e do streaming
- O Som e a Fúria sobre artistas e lançamentos musicais
- Em Cartaz traz dicas de filmes no cinema e no streaming
- Livros para notícias sobre literatura e mercado editorial
