Subiu para 20 o número de detentos beneficiados pela “saidinha” temporária de Natal que foram presos em flagrante em São Paulo após terem cometido crimes. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 29, pelo ex-secretário de Segurança Pública do estado, o deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP).
Segundo Derrite, seis das prisões foram em razão de violência doméstica ou descumprimento de medida protetiva. “Seis casos em que mulheres voltaram a ser colocadas em risco por uma escolha que não protege a vítima”, publicou o ex-titular da pasta.
As demais prisões envolvem crimes como homicídio, tentativa de estupro, sequestro, roubo e furto a residência. Um dos casos, citados em um vídeo compartilhado por Derrite, aconteceu em Indaiatuba, no interior de São Paulo. Um homem monitorado por tornozeleira eletrônica rendeu um idoso que chegava de carro em casa, e o obrigou a dirigir o veículo. Armado com revólver, ele obrigou a vítima, de 61 anos, a realizar diversos saques em caixas eletrônicos da cidade.
A esposa da vítima acabou acionando a Polícia Militar após verificar as imagens das câmeras de segurança — o assaltante foi detido pelos policiais, e o refém resgatado, quando passava por Sorocaba, a cerca de 65 quilômetros de onde a vítima foi abordada pelo criminoso.
Saidinhas e reincidência
As “saidinhas” de final de ano têm se tornado um cabo de guerra entre governos estaduais, parlamentares e o Judiciário.
Em maio de 2024, o Congresso derrubou um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto aprovado também pelo Legislativo que proibia as “saidinhas” de presos do regime semiaberto. O relator do texto foi o deputado Guilherme Derrite.
Assim, passaram a ser retiradas da Lei de Execução Penal as possibilidades de saídas temporárias para visita à família e para participação em atividades voltadas ao retorno ao convívio social. O benefício só se aplicaria para os detentos com objetivo de cursar supletivo profissionalizante, ensino médio ou superior.
Uma decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no entanto, garantiu a manutenção do benefício para quem já tinha o direito adquirido, ou seja, para presos que já cumpriam pena.
“A gente não tem dificuldade em prender quadrilhas, em prender criminosos. A gente tem dificuldade com a reincidência criminal”, publicou o ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo.
Até agora, 20 detentos beneficiados pela saidinha já foram presos em flagrante em São Paulo. 6 das prisões foram por violência doméstica ou descumprimento de medida protetiva. Seis casos em que mulheres voltaram a ser colocadas em risco por uma escolha que não protege a vítima. pic.twitter.com/oPhQ1M3TAP
— Guilherme Derrite (@DerriteSP) December 29, 2025