O Ibovespa opera em baixa nesta segunda-feira, 29, com o mercado à espera do resultado primário do governo central de novembro, com entrevista virtual do secretário do Tesouro, Rogério Ceron. Na agenda local, os dados da inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) e o boletim Focus chamam a atenção em um dia de baixa liquidez. No mercado internacional, o petróleo dispara após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que seu exército fez um ataque a uma base terrestre da Venezuela. O regime de Nicolás Maduro não confirmou nenhuma agressão desse tipo.
Por volta das 11h30, o Ibovespa recuava 0,18%, a 160.603,89 pontos. O dólar avançava 0,57%, a 5,57 reais. Mais cedo, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) variou 0,01% em dezembro, após alta de 0,27% em novembro, e encerrou 2025 com queda acumulada de 1,05%. No mesmo mês de 2024, o indicador havia subido 0,94% e acumulava alta de 6,54% em 12 meses, evidenciando a virada do ciclo ao longo deste ano. O índice é tradicionalmente usado para renegociação de contratos de aluguel e por isso ficou conhecido como “inflação dos aluguéis”.
O resultado, segundo a FGV, reflete um ambiente de desaceleração da atividade global e elevada incerteza, que limitou repasses de custos e pressionou principalmente os preços ao produtor. “A melhora das safras agrícolas contribuiu para aliviar preços de matérias-primas, reforçando o movimento de deflação no índice”, afirma Matheus Dias, economista do instituto. Para ele, o contraste entre a deflação ao produtor e a alta moderada ao consumidor sugere menor pressão de custos em 2026, embora persistam riscos em itens sensíveis à atividade.
Já o último Boletim Focus de 2025, divulgado nesta segunda-feira, 26, pelo Banco Central do Brasil trouxe ajustes marginais nas projeções de inflação e praticamente pouca ou nenhuma mudança no cenário de atividade, juros e câmbio desenhado pelo mercado. Para o IPCA, as expectativas dos analistas e economistas seguem em leve trajetória de queda. A projeção para 2025 recuou de 4,33% para 4,32%, enquanto a de 2026 caiu de 4,06% para 4,05%. As estimativas para 2027 e 2028 foram mantidas em 3,80% e 3,50%, respectivamente.
Ainda na agenda local, o mercado espera o resultado do governo central de novembro. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, fará entrevista coletiva por volta das 14h30. A expectativa está entorno da possível meta fiscal do governo para 2025, que é de déficit primário zero, com possível variação de déficit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
Trump diz ter atacado a Venezuela e petróleo dispara
No mercado internacional, as tensões na América Latina só aumentam. Segundo o The New York Times, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump afirmou que seu país destruiu uma grande instalação em território venezuelano na última semana. A ação, se confirmada, marca o primeiro ataque terrestre contra o regime de Nicolás Maduro e uma escalada nas tensões no país com a maior reserva de petróleo do mundo.
Segundo o jornal americano, autoridades militares dos EUA disseram não ter informações para compartilhar e a Agência Central de Inteligência (CIA) se recusou a comentar. O governo venezuelano não relatou nenhum ataque desse tipo.
Por volta das 11h30, o petróleo brent subia 2,04%, a 61,47 dólares. Em meio a essas tensões, as ações da Petrobras subiam 0,62%. Os papéis da PRIO tinham alta de 1,4%, a 41,17 reais. A companhia também aprovou um pagamento de 2,8 bilhões de reais em dividendos intercalares por meio de sua subsidiária, a PRIO Forte, conforme comunicado para o mercado na noite de sexta-feira, 26. Veja detalhes nesta reportagem.
Diante das incertezas, investidores seguem defensivos com o mercado operando de lado em meio às tensões entre EUA e Venezuela e as questões fiscais no Brasil.