A prisão de Silvinei Vasques no Paraguai, depois de romper a tornozeleira eletrônica e tentar embarcar com um passaporte paraguaio, muda a fotografia dos que — por razões diferentes — tentaram se afastar do alcance da Justiça brasileira.
Com Silvinei detido, sobra Alexandre Ramagem nos Estados Unidos, num cenário em que ainda há dúvidas sobre a viabilidade de uma extradição. A lista de personagens fora do país, por sua vez, inclui Carla Zambelli — presa na Itália e condenada por outra acusação — e Eduardo Bolsonaro, que se instalou nos EUA em meio a investigações no Brasil e sem as prerrogativas de um mandato ou de um “passaporte especial”.
Vale recontar o caminho do ex-chefe da PRF: ele assumiu o comando da corporação em abril de 2021 e permaneceu até dezembro de 2022, indicado na órbita de Anderson Torres — hoje preso. No segundo turno de 2022, Silvinei passou a ser acusado de usar a estrutura da PRF para dificultar que eleitores chegassem às urnas no Nordeste.
Em 2025, ocupou um cargo em uma prefeitura da região metropolitana de Florianópolis, deixando a função após a condenação. Preso por quase um ano, foi solto por Alexandre de Moraes e teve a prisão substituída por medidas cautelares — entre elas, tornozeleira e restrições de viagem. Segundo investigadores, ao remover o equipamento e viajar sem autorização, foi localizado no Paraguai, de onde planejava seguir para El Salvador, porque as autoridades perceberam comportamentos “fora do padrão” para funcionários de fronteira.
Houve outros problemas no plano que serão revelados. No fim, a fuga virou o último ato do roteiro.