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Candidato e favorito, Lula ganha fôlego para 2026 apesar do alto nível de rejeição

No início de 2025, a popularidade de Lula derreteu devido ao encarecimento do preço dos alimentos e à campanha da oposição, que acusava o governo de planejar a cobrança de uma taxa pelo uso do Pix. Foi o suficiente para que adversários e até petistas cogitassem a possibilidade de o presidente não concorrer à reeleição, por medo de ser derrotado e de encerrar a sua carreira política de forma melancólica. O debate sobre uma eventual desistência do petista não durou muito. Detentor da caneta mais poderosa do país, Lula anunciou uma série de medidas de forte apelo popular, como o aumento do programa de distribuição do gás de cozinha, a ampliação da faixa de isenção do imposto de renda e uma fartura de crédito para que os mais pobres e a classe média realizem o sonho da casa própria. Contando com uma inesperada ajudinha de rivais internos e externos, ele também aproveitou o tarifaço anunciado por Donald Trump às exportações brasileiras para desgastar os bolsonaristas, apresentar-se como defensor da soberania nacional e finalmente encontrar um discurso para a sua gestão.

Após meses acuado, Lula recuperou um tanto da imagem perdida, ganhou fôlego e reenergizou a sua equipe, mesmo sem ter resolvido alguns dos principais problemas do país, da situação periclitante das contas públicas ao avanço da criminalidade. Com o uso da máquina pública, um investimento quase bilionário em publicidade e uma militância organizada nas redes sociais, o presidente terminou o ano como líder nas simulações sobre a próxima corrida ao Palácio do Planalto. Apesar de ainda ter um alto nível de rejeição, reassumiu um certo favoritismo, o que não é pouco para quem chegou a ser considerado carta fora do baralho. Em 2026, se não houver uma reviravolta, Lula disputará a sétima eleição presidencial em dez realizadas desde a redemocratização. Será um tira-teima particular, já que ele tem três derrotas e três vitórias no currículo. Agora um octogenário empenhado em demonstrar vigor físico em cenas coreografadas sob medida para a internet, o presidente está em plena campanha e — confiante como de costume — diz ter disposição de sobra para encarar a eleição e um novo mandato.

Publicado em VEJA de 24 de dezembro de 2025, edição nº 2976

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