Mensagens obtidas pela Polícia Federal na investigação da Abin paralela revelam que os arapongas trapalhões do serviço clandestino de espionagem montado no governo de Jair Bolsonaro sonhavam também — a exemplo de tantos aliados do capitão — com um golpe de Estado.
Nos dias derradeiros do governo Bolsonaro, em 2022, por exemplo, um dos espiões manda uma mensagem para outro araponga:
“O nosso PR imbrochável já assinou a p… do decreto?”, perguntou espião.
“Assinou nada”, responde o outro, desiludido.
A investigação da PF revelou provas de que Jair Bolsonaro construiu, no seu governo, um esquema clandestino de espionagem na Abin, o serviço secreto brasileiro. O grupo de arapongas que integravam o plano criminoso monitorava parlamentares do Congresso, ministros do STF e agia para blindar Bolsonaro e seus filhos de investigações.
Os arapongas monitoraram até aliados de Bolsonaro e forneciam relatórios frequentes, por meio de WhatsApp ao então presidente, para que ele atacasse inimigos nas redes. Esse trabalho era feito por Carlos Bolsonaro, segundo a PF. No relatório, mensagens mostram que o próprio Bolsonaro operava alguns pedidos.