O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, anunciou neste sábado, 20, que o Irã — um dos principais aliados de Nicolás Maduro — ofereceu ajuda para enfrentar o que descreveu como “atos de pirataria” e “terrorismo internacional” por parte do governo dos Estados Unidos, que intensificou suas ofensivas contra o país latino-americano nas últimas semanas.
Gil conversou por telefone com o chanceler iraniano Abbas Araghchi, com o intuito de discutir a relação entre os países e os “desenvolvimentos recentes no Caribe, especialmente ameaças e o roubo de navios carregados com petróleo venezuelano”. No comunicado compartilhado no Telegram, o representante venezuelano declarou que Teerã ofereceu “cooperação em todos os âmbitos para enfrentar a pirataria e o terrorismo internacional que os Estados Unidos buscam impor por meio da força militar”, além de expressar “total solidariedade” ao país governado por Maduro.
A declaração foi feita poucas horas depois dos EUA apreenderem mais um navio carregado de petróleo na costa da Venezuela neste sábado, 20 — o segundo este mês. A demonstração de apoio do irã também vem na mesma semana em que Trump anunciou um bloqueio a embarcações sancionadas que entram e saem do país sul-americano, intensificando a pressão sobre o setor de energia venezuelano. Desde então, um embargo de fato começou a se formar, com embarcações carregadas com milhões de barris de petróleo permanecendo em águas venezuelanas para evitar o risco de apreensão.
A Venezuela condenou a ação, acusando os EUA de cometerem um “grave ato de pirataria internacional”. Em um comunicado oficial, o governo venezuelano afirmou que vai os atos do governo Trump “não ficarão impunes”, e que vai tomar “todas as medidas cabíveis”, incluindo buscar o Conselho de Segurança da ONU para prestar uma queixa contra os EUA, além de outras organizações multilaterais e governos.