Além de falar do julgamento mais importante do ano no STF, que resultou nas condenações da trama golpista, o decano da Corte, ministro Gilmar Mendes, abordou em seu discurso de encerramento do ano os atritos colecionados em 2025 entre Executivo, Legislativo e o Judiciário.
“Apesar de todas as pressões, internas e externas – seja de governos estrangeiros, seja de grandes empresas transnacionais – o tribunal não se curvou a intimidações, nem admitiu que ataques minassem a independência do Poder Judiciário e a soberania do Brasil”, disse Mendes.
Segundo Mendes, “eventuais impasses e divergências entre poderes são não apenas normais”.
“Eles são constitutivos de uma democracia. Portanto, o clima que deixamos neste crepúsculo de 2025, e com o qual ingressaremos em 2026, é de normalidade e de paz”, disse o decano.
Mendes reconheceu, no entanto, que o próximo ano será difícil, por se tratar de um período de eleições presidenciais.
“Não devemos nos iludir, prezados colegas, de que teremos em 2026 – ano eleitoral – um ano fácil. Mas não queremos um ano fácil. O que queremos – e teremos – são a força e a firmeza necessárias para, enfrentando todos os desafios que se apresentarem, garantirmos um ano pacífico e feliz para o povo brasileiro”, disse Mendes.