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UE libera empréstimo, mas desiste de usar fundos russos para financiar Ucrânia

A União Europeia desistiu de usar fundos russos congelados em bancos de países do bloco para financiar a Ucrânia, após líderes do bloco falharem em chegar a um acordo nesta sexta-feira, 19. Em vez disso, o grupo europeu vai dar um empréstimo de 90 bilhões de euros (R$ 584,8 bilhões) a fim de financiar a defesa ucraniana contra a Rússia pelos próximos dois anos.

Os líderes também deram à Comissão Europeia permissão para continuar trabalhando no que foi chamado de “empréstimo de reparações” — aquele com base em ativos russos “presos” em instituições financeiras —, embora essa opção tenha se mostrado inviável por ora, sobretudo devido à resistência da Bélgica, onde a maior parte dos fundos se concentra.

“Hoje aprovamos a decisão de fornecer 90 bilhões de euros à Ucrânia”, disse o presidente da Cúpula da UE, António Costa, em uma coletiva de imprensa nesta manhã, após horas de negociações entre os líderes em Bruxelas. “Com urgência, forneceremos um empréstimo garantido pelo orçamento da União Europeia.”

A medida parecia inviável, pois exigia unanimidade. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, favorável à Rússia, havia se oposto a ela. Mas não só a Hungria, como também a Eslováquia e a República Checa deram aval ao plano, desde que isso não as afetasse financeiramente.

Ativos congelados

Os líderes do bloco afirmaram que os ativos russos, um total de 210 bilhões de euros (R$ 1,36 trilhão), permanecerão congelados até que Moscou pague reparações de guerra à Ucrânia. Se o governo russo de fato tomar essa medida, Kiev poderá usar o dinheiro para quitar o empréstimo europeu.

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“Esta é uma boa notícia para a Ucrânia e uma má notícia para a Rússia, e essa era a nossa intenção”, afirmou o chanceler alemão, Friedrich Merz.

Estima-se que, sem a ajuda financeira da União Europeia, o governo ucraniano ficaria sem dinheiro no segundo trimestre do próximo ano e, muito provavelmente, perderia a guerra para a Rússia. A UE teme que isso aumente a ameaça de agressão russa contra o bloco.

A decisão veio após horas de discussões e impasses entre os líderes sobre os detalhes técnicos da proposta sobre o uso de fundos russos, que seria um empréstimo sem precedentes. A principal dificuldade residia em garantir à Bélgica, onde estão 185 bilhões de euros (R$ 1,2 trilhões) do total de ativos russos na Europa, garantias suficientes contra os riscos financeiros e jurídicos de uma potencial retaliação russa pela manobra.

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