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Vídeo: agricultores bloqueiam ruas em Bruxelas contra acordo comercial UE-Mercosul

Agricultores de diversos países europeus bloquearam ruas de Bruxelas nesta quinta-feira, 18, em protesto contra o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Em tratores, os manifestantes cercaram áreas próximas ao Parlamento Europeu, queimaram pneus e entraram em confronto com a polícia, que reagiu lançando gás lacrimogêneo e canhões de água. Parte do Parlamento chegou a ser evacuada após danos causados pelos protestos.

A mobilização ocorreu no mesmo dia em que líderes dos 27 países do bloco se reuniam na capital belga para discutir o futuro do acordo, negociado há mais de duas décadas e que prevê a eliminação gradual de tarifas comerciais entre a União Europeia os países sul-americanos Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.

A pressão nas ruas coincide com o avanço da resistência política dentro da União Europeia. França e Itália já sinalizaram oposição à assinatura imediata do acordo. O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu adiar a votação final, prevista para sexta-feira, 19, e pede mais tempo para negociações para a ampliação de salvaguardas para proteger o setor agrícola. “Os agricultores já enfrentam desafios enormes. Não podemos sacrificá-los neste acordo”, afirmou.

O Palácio do Eliseu teme que o tratado beneficie a extrema direita francesa, que vem ganhando espaço ao criticar seus impactos sobre os mercados europeus. Entre as exigências do governo Macron estão regras ambientais mais rígidas para os países do Mercosul, mecanismos para conter choques econômicos e fiscalização reforçada das importações nos portos europeus.

Na Itália, a primeira-ministra Giorgia Meloni afirmou que a assinatura do acordo “seria prematura”. Segundo ela, Roma só apoiará o tratado se houver garantias claras para proteger agricultores italianos.

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Defendido pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e por países como Alemanha e Espanha, o acordo precisa do apoio de ao menos dois terços dos países do bloco, que correspondam a um mínimo de 65% da população total dos Estados-membros. Uma eventual aliança franco-italiana pode ser suficiente para barrar a assinatura, embora von der Leyen mantenha a intenção de formalizar o pacto nos próximos dias, durante viagem ao Brasil no sábado, 19.

Do lado sul-americano, cresce a impaciência com os adiamentos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um dos principais defensores do acordo, aposta na assinatura como um trunfo diplomático. Mas afirmou recentemente que, se a negociação não for concluída até o final deste mês, se recusará a assinar durante seu mandato. Em reunião ministerial, classificou o momento como decisivo e criticou a resistência europeia.

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