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Semaglutida e anticoncepcional: o que diz posicionamento de farmacêutica

As canetas antiobesidade à base de semaglutida interferem na eficácia do anticoncepcional oral? Esta é uma dúvida que circula nas redes sociais e em consultórios de ginecologistas diante de relatos de mulheres que teriam engravidado quando associaram as medicações. Em um posicionamento atualizado, a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, fabricante do Ozempic (para diabetes 2) e do Wegovy (contra obesidade), reafirmou que as pacientes podem manter o uso dos contraceptivos enquanto fazem o tratamento para perda de peso e explicou em qual situação o medicamento deve ser interrompido.

No comunicado, a empresa usou como base um parecer divulgado em julho deste ano pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) sobre a segurança do potencial de evitar a gravidez dos contraceptivos orais durante o uso das terapias antiobesidade e diabetes, tanto em injeções semanais quanto em comprimidos, caso do tratamento com Rybelsus, a semaglutida oral indicada para pacientes com diabetes tipo 2.

No parecer , validado pela presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da entidade, Ilza Maria Urbano Monteiro, é apresentada a preocupação sobre a possível interferência na absorção de remédios orais tendo em vista que os agonistas do GLP-1, classe do Ozempic e do Wegovy, tornam o esvaziamento gástrico mais lento.

No entanto, “Estudos realizados com a semaglutida não demonstraram impacto relevante na eficácia dos contraceptivos hormonais orais“, diz o texto.

Com base na bula do medicamento, a Novo Nordisk recomendou que as pacientes interrompam o tratamento caso planejem engravidar. “A companhia orienta que a terapia seja descontinuada ao menos dois meses antes de uma gravidez planejada.”

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Também explica o motivo: “Essa recomendação existe devido ao longo tempo que a molécula leva para ser completamente eliminada do organismo e visa garantir a máxima segurança para a mãe e o feto, uma vez que os dados sobre o uso do medicamento durante a gestação ainda são limitados”.

Mounjaro e anticoncepcionais

A nota da Febrasgo contempla ainda a tirzepatida, presente no medicamento Mounjaro, que demanda mais atenção das pacientes que querem evitar a gravidez durante o tratamento.

“Em uma revisão com seis estudos em usuárias de contraceptivos hormonais orais e vários tipos de agonistas do GLP-1, entretanto, a tirzepatida mostrou uma redução clinicamente relevante nas concentrações séricas dos hormônios contraceptivos. Esse efeito parece ser mais importante nas primeiras quatro semanas de uso e durante o período de ajuste de dose.”

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Em seu site, a farmacêutica Eli Lilly confirma a informação e orienta que as pacientes que tomam anticoncepcional devem conversar com seus médicos antes de começar a terapia com Mounjaro.

“As pílulas anticoncepcionais podem não ser tão eficazes durante o uso de Mounjaro. Seu médico pode recomendar outro método anticoncepcional por quatro semanas após o início do uso e por quatro semanas após cada aumento na dose.”

Veja orientações sobre uso de canetas antiobesidade e anticoncepcionais

  • Contraceptivos orais podem ser mantidos durante o uso de semaglutida, com acompanhamento médico
  • Mulheres que utilizam tirzepatida devem ser orientadas a não usar contraceptivos hormonais orais, a trocar de método ou a associar métodos de barreira por, pelo menos, quatro semanas após o início do uso ou ajuste da dose
  • O uso de outros métodos contraceptivos altamente eficazes deve ser oferecido a todas as usuárias de agonistas do GLP-1, com destaque para os Dispositivos Intrauterinos (DIUs – hormonal ou de cobre) ou implante contraceptivo hormonal de longa duração, visto que não é conhecido o potencial teratogênico destes medicamentos
  • Não há evidência de segurança para o uso destes medicamentos para perda de peso durante a gestação e amamentação. A recomendação é suspender a semaglutida por no mínimo dois meses e a tirzepatida por pelo menos um mês antes de uma eventual gravidez
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Fonte: Febrasgo

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