O Banco Central divulgou nesta quinta-feira (18) o Relatório de Política Monetária, no qual apresentou uma revisão para baixo das projeções de inflação e elevou as estimativas de crescimento da economia brasileira. De acordo com o documento, a inflação esperada para o primeiro trimestre de 2026 foi ajustada de 4,0% para 3,6%, indicando uma trajetória mais favorável para os preços no horizonte relevante da política monetária.
No mesmo relatório, a autoridade monetária revisou para cima a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025, que passou de 2,0% para 2,3%. O ajuste reflete, principalmente, um desempenho mais robusto de setores menos sensíveis ao ciclo econômico, com destaque para a agropecuária e a indústria extrativa.
A inflação acumulada em 12 meses até novembro ficou em 4,46%, dentro do intervalo de tolerância da meta contínua, cujo centro é de 3%, com margem de até 4,5%. Para dezembro, o Banco Central projeta inflação de 4,4%, abaixo da estimativa anterior de 4,8%. A trajetória esperada para os preços considera o cenário-base captado pelas expectativas do mercado financeiro, conforme indicado no Boletim Focus.
Segundo o BC, a revisão das projeções setoriais reflete, sobretudo, ajustes positivos na agropecuária e na indústria extrativa, que compensaram parcialmente a redução na expectativa para os serviços de intermediação financeira. O desempenho desses setores contribuiu de forma relevante para a melhora da estimativa de crescimento econômico.
A projeção do Banco Central para o PIB de 2025 é ligeiramente superior à do governo. A Secretaria de Política Econômica, do Ministério da Fazenda, estima expansão de 2,2%, enquanto o mercado financeiro trabalha com crescimento de 2,25% na comparação com 2024. Para 2026, o BC projeta avanço de 1,6%, levando em conta a manutenção de juros elevados, o baixo nível de ociosidade da economia, a perspectiva de desaceleração global e a ausência do impulso excepcional da agropecuária observado em 2025.
O setor agropecuário foi o principal responsável pela elevação da projeção do PIB neste ano. O Banco Central aumentou a estimativa de crescimento do segmento de 9% para 11%, incorporando tanto a revisão da série histórica, que elevou em 2,1 pontos percentuais o resultado do primeiro trimestre, quanto a surpresa positiva registrada na produção do terceiro trimestre.