O Ibovespa iniciou o pregão desta quinta-feira (18) em terreno positivo, aos 157 000 pontos, em um dia marcado pela atenção dos investidores às falas de autoridades e à divulgação do Relatório de Política Monetária do Banco Central. No cenário externo, os mercados acompanham decisões de política monetária e novos indicadores de inflação nos Estados Unidos, que podem influenciar o apetite por risco global.
O Banco Central revisou para cima suas estimativas para o crescimento da economia brasileira. Segundo o relatório divulgado nesta manhã, a projeção para o PIB de 2025 passou de 2,0% para 2,3%, enquanto a previsão para 2026 foi levemente ajustada de 1,5% para 1,6%. Às 11h, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, e o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, comentam o documento em entrevista coletiva. No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concede entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto a partir das 11h, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de um café com a imprensa às 14h.
Entre os principais bancos listados, o pregão começou com viés negativo. O Bradesco (BBDC4) liderava as perdas, com recuo de 0,44%, seguido por Santander (SANB11), em queda de 0,32%, e Itaú (ITUB4), que cedia 0,13%. O setor de varejo de moda também operava em baixa, com Lojas Renner (LREN3) recuando 0,74% e Magazine Luiza (MGLU3) apresentando queda de 0,22%.
Cenário internacional
Nos Estados Unidos, o foco do mercado está nos dados de inflação ao consumidor referentes ao mês de novembro, com expectativa de que o núcleo do índice registre alta de 3% na comparação anual. Em Wall Street, os futuros indicavam recuperação do setor acionário. O Dow Jones Futuro avançava 0,25%, o S&P 500 Futuro subia 0,40%, enquanto o Nasdaq Futuro ganhava 0,79%, após um período de volatilidade no segmento de tecnologia, pressionado recentemente por preocupações envolvendo investimentos em inteligência artificial após os resultados da Oracle. Para Bruno Yamashita, analisa de Alocação e Inteligência da Avenue, o que continua pressionando um pouco o mercado é a inflação. “O preço de moradia e também os materiais de construções voltado para moradia que continuam crescendo continua não tendo algum tipo de impacto e acabam tendo uma representatividade maior no cálculo de inflação nos Estados Unidos”, pontua Bruno.
Para Pedro Ros, CEO da Referência Capital, a valorização do dólar para 5,54 reais reflete um movimento natural de ajuste em ambientes de maior cautela. “A alta do câmbio sinaliza busca por proteção e uma reprecificação de risco, enquanto a bolsa passa por um movimento de realização após o rali recente. Não há uma deterioração súbita dos fundamentos, mas sim um mercado que demanda maior previsibilidade para sustentar patamares elevados de valuation”, avalia.