Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 17, mostra uma divisão entre os entrevistados quando questionados sobre o projeto de lei que tramita no Congresso Nacional que visa diminuir as penas daqueles condenados pelo 8 de Janeiro — e consequentemente beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, preso depois de ser condenado a 27 anos e três meses de prisão na trama golpista. De acordo com o levantamento, 47% são contrários a qualquer redução de pena. Já 24% dos entrevistados dizem que são a favor da proposta apresentada, enquanto outros 19% defendem uma diminuição ainda maior das punições. Já 10% não souberam ou não quiseram responder.

Entre os entrevistados, 58% disseram acreditar que o projeto da dosimetria foi elaborado apenas para beneficiar Bolsonaro. Outros 30% afirmaram que a proposta é para todos os envolvidos em processos condenatórios no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao avaliarem a anistia, 44% se dizem contrários. O percentual de setembro deste ano era de 41%. Os apoiadores se mantiveram no mesmo patamar: 36%.

Um dos membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que é relator da CPI do Crime Organizado e do PL Antifacção, apresentou voto em separado pedindo a rejeição total do PL da Dosimetria nesta quarta-feira. Segundo ele, a iniciativa pode beneficiar integrantes de organizações criminosas. O parlamentar defende uma nova proposta a ser debatida no Congresso.
O senador Sergio Moro (União-PR) defendeu que uma emenda de sua autoria seja acolhida para que a proposta atual deixe claro o foco nos condenados pelo 8 de Janeiro, o ex-presidente Bolsonaro e generais que fizeram parte do governo anterior e foram apenados pelo STF. “O acolhimento da emenda viabiliza a aprovação do projeto no Congresso e o alívio das penas, ainda que desejássemos a medida mais ampla da anistia”, disse Moro.
Para a pesquisa, foram ouvidas 2004 pessoas entre os dias 11 e 14 deste mês por meio de coleta domiciliar realizada por entrevistas pessoalmente. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro de dois pontos percentuais.