O desempenho do senador Flávio Bolsonaro em pesquisas recentes sobre a corrida presidencial de 2026 reorganizou o debate político e acendeu alertas tanto no mercado financeiro quanto entre partidos de centro e centro-direita. A avaliação é do editor José Benedito da Silva, em análise no programa Ponto de Vista, apresentado por Marcela Rahal (este texto é um resumo de trechos do vídeo acima).
Levantamentos testaram cenários de primeiro e segundo turno e indicaram que, apesar de carregar alta rejeição, Flávio surge competitivo e, em alguns recortes, à frente de nomes considerados mais viáveis pela direita tradicional.
O que mostram as pesquisas mais recentes?
Em simulações de primeiro turno citadas por José Benedito, o presidente Lula aparece na liderança, com índices próximos a 39% ou 41%, dependendo do cenário. Flávio Bolsonaro surge em segundo lugar, com cerca de 23%, à frente de nomes como Ratinho Júnior e de Tarcísio de Freitas — principal aposta da direita.
O resultado causou impacto justamente por contrariar a expectativa de que Tarcísio fosse, desde já, o nome mais competitivo da direita para enfrentar Lula.
Por que o resultado surpreendeu o mercado?
Segundo José Benedito, números preliminares dessa pesquisa começaram a circular antes da divulgação oficial, gerando intranquilidade no mercado financeiro. A reação negativa se soma ao movimento observado quando Flávio Bolsonaro anunciou que havia sido escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como herdeiro político do bolsonarismo.
O mercado, segundo o editor, prefere candidatos considerados mais moderados, como Tarcísio de Freitas ou Ratinho Júnior, avaliados como capazes de derrotar Lula com menor risco institucional e maior previsibilidade econômica.
Flávio Bolsonaro é, de fato, favorito na direita?
Apesar do bom desempenho inicial, José Benedito faz ponderações importantes. Uma delas é que o cenário que coloca Flávio e Tarcísio disputando juntos o primeiro turno é considerado altamente improvável. Tarcísio só entraria na corrida presidencial se o clã Bolsonaro estivesse fora da disputa.
Além disso, outra pesquisa divulgada no mesmo período mostra resultados diferentes, com Tarcísio aparecendo numericamente à frente de Flávio, o que reforça a leitura de que o quadro ainda está em aberto.
O que dizem as simulações de segundo turno?
Nos cenários de segundo turno mencionados, Lula aparece com algo entre 45% e 46% das intenções de voto, enquanto Flávio Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior ficam próximos, na casa dos 36%.
Para José Benedito, isso revela a existência de um eleitorado expressivo insatisfeito com o atual governo, disposto a apoiar qualquer candidato que tenha chance real de derrotar Lula.
Onde está o principal problema da candidatura de Flávio?
O ponto central é a rejeição. Flávio Bolsonaro aparece com índices próximos a 60% ou mais de rejeição, um patamar considerado extremamente elevado. Em um segundo turno, esse fator pode ser decisivo a favor de Lula.
Tarcísio e Ratinho, por outro lado, apresentam rejeições bem menores, o que amplia a capacidade de atrair eleitores moderados e construir alianças mais amplas — exatamente o que o mercado e setores da política avaliam como crucial para 2026.
O que muda no jogo político a partir de agora?
Para José Benedito, o desempenho de Flávio Bolsonaro fortalece sua posição dentro do bolsonarismo e torna o custo político de ignorar sua candidatura cada vez mais alto. Ao mesmo tempo, impõe dificuldades adicionais à direita tradicional, que vê diminuir o espaço para uma alternativa consensual e menos polarizadora.
O cenário segue aberto, com muita margem para mudança, mas as pesquisas indicam que a sucessão presidencial já entrou de vez no centro da disputa política — e econômica — do país.
VEJA+IA: Este texto resume um trecho do programa audiovisual Ponto de Vista (confira o vídeo acima). Conteúdo produzido com auxílio de inteligência artificial e supervisão humana.