O texto do PLP 128/25, articulado com o Ministério da Fazenda, tem como objetivo reforçar a arrecadação e limitar o volume de incentivos, hoje acima do teto constitucional, segundo a própria Câmara. Para Alex Agostini, economista da Austin Rating, o projeto corrige distorções históricas com a redução de 10% dos benefícios fiscais federais de diversas empresas e setores da economia. Na avaliação dele, a exigência de contrapartidas e a reavaliação dos benefícios a cada cinco anos são positivas para evitar que incentivos virem apenas aumento de margem empresarial. “É um ajuste necessário. Não dá para manter isenções concedidas por lobby político sem comprovação de retorno à sociedade”, afirma. Ele também faz um alerta importante e necessário “alguns setores podem perder competitividade no curto prazo”.
Já Carlos Hotz, CEO da A7 Capital, vê o impacto como relevante, mas não imediato. Segundo ele, a retirada dos benefícios não ocorre “da noite para o dia” e ainda depende da tramitação no Senado. O ponto central, diz, é fiscal: o governo busca receita porque evita cortar despesas. Com uma Selic ainda em 15% ao ano, Hotz avalia que o mercado seguirá volátil, digerindo tanto o pacote fiscal quanto o cenário político pré-eleitoral, mas sem sinal claro de reversão de tendência no curto prazo.