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Onde investir o décimo terceiro? Analista responde

Mais de 95 milhões de brasileiros devem receber a segunda parcela do décimo terceiro salário até o final desta semana. O ganho de renda no final do ano frequentemente é utilizado para turbinar o consumo, mas também pode ser uma oportunidade para começar a investir. Para o especialista Rafael Winalda, analista de investimentos do Banco Inter, o ideal é que todas as pessoas poupem e invistam parte da sua renda ao longo do ano, o que infelizmente não está ao alcance de todos. “Com a entrada dos recursos do décimo terceiro, mais pessoas podem vislumbrar uma reserva financeira”, diz. O benefício trabalhista, portanto, pode ser a primeira oportunidade para parte da população adentrar no mundo dos investimentos. A dúvida que se impõe nesse caso é onde alocar o dinheiro, dada a vasta oferta de opções no mercado.

Para quem tem dívidas caras

Para avaliar se investir o dinheiro do décimo terceiro realmente é uma boa ideia, primeiro o trabalhador deve analisar a sua situação financeira atual. Caso ele tenha dívidas caras, como as contraídas com cartão de crédito ou cheque especial, a escolha mais inteligente é pagá-las. Do contrário, os juros das dívidas podem corroer os ganhos de eventuais investimentos, fazendo com que eles não valham a pena. Nesse sentido, o melhor uso do décimo terceiro tende a ser a quitação de dívidas.

Construindo uma reserva financeira

Para quem não tem esse tipo de encargo, já é possível construir uma reserva de emergência com aplicações financeiras de alta liquidez — que o investidor pode resgatar com facilidade na hipótese de ter algum imprevisto. “O ideal é que esse colchão financeiro seja suficiente para cobrir entre três e seis meses do custo de vida mensal”, diz Winalda. “Ele funciona como a primeira linha de defesa diante de imprevistos, como perda de emprego, despesas médicas inesperadas ou manutenção urgente do lar ou do carro”.

A alocação desse tipo de reserva de emergência deve se concentrar idealmente em investimentos de baixo risco e alta liquidez. Alguns exemplos, segundo o analista, são Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de bancos sólidos, alguns fundos de investimentos que utilizam o CDI como referência ou títulos do Tesouro ancorados na taxa básica de juros (Selic).

O investidor deve se atentar sempre aos prazos de resgate para não ter dificuldade para reaver o dinheiro em caso de imprevistos. “Em caso de urgência, é justamente essa reserva que deverá ser mobilizada, em oposição à contratação de dívidas caras”, diz Winalda. Esse movimento permite que o investidor amplie sua reserva ao longo do tempo para, futuramente, investir em aplicações de maior rentabilidade mesmo que com menos liquidez.

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Depois de garantir uma base sólida

Após garantir uma reserva sólida, equivalente aos gastos mensais de alguns meses, o trabalhador deve seguir adaptando suas metas à realidade presente. “Para metas de curto prazo e perfis mais conservadores, as alternativas de renda fixa pós-fixada como CDBs, LCIs/LCAs e fundos de liquidez continuam muito atrativas”, diz o analista, frisando que o contexto de juros elevados tornam essas aplicações particularmente interessantes. “Investir no básico funciona muito bem para quem prioriza a segurança”.

Para o investidor que busca diversificação e tem objetivos de médio a longo prazo, é fundamental ampliar o leque de alternativas. “Em especial, vale considerar ativos indexados à inflação”, destaca Winalda. No caso de títulos sólidos, sejam públicos ou privados, o investidor protege o seu patrimônio do efeito corrosivo da inflação no longo prazo e garante ganhos reais acima do aumento do custo de vida.

Outra alternativa de longo prazo é a previdência privada, segundo o economista do Inter. “Esse tipo de investimento oferece vantagens fiscais relevantes, como o diferimento do imposto e a possibilidade de regimes de tributação regressiva, que pode reduzir a alíquota para apenas 10% após dez anos de investimento”. A previdência privada desponta como opção principalmente para quem pensa no futuro com disciplina. Seja via renda fixa, títulos ligados ao IPCA ou a previdência privada, o décimo terceiro pode ser uma oportunidade para começar a explorar diferentes aplicações financeiras e construir patrimônio.

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