O Tribunal Superior de Hong Kong considerou o magnata e ativista pró-democracia Jimmy Lai culpado, nesta segunda-feira, 15, de conspiração para conluio com forças estrangeiras, em julgamento de ampla repercurssão sob a lei de segurança nacional imposta à cidade pela China. A sentença, que pode chegar a prisão perpétua, deve ser emitida no próximo ano.
O caso histórico atraiu atenção internacional sobre a independência judicial de Hong Kong, após anos de repressão após uma onda de protestos pró-democracia, em 2019, que Pequim interpretou como um desafio direto.
Enquanto os apoiadores de Lai, de 78 anos, o veem como um defensor da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa, o governo chinês classificou-o como o mentor intelectual das manifestações há seis anos, bem como um conspirador que defende sanções dos Estados Unidos contra Hong Kong e a China continental.
As autoridades chinesas negam as acusações de erosão do Estado de Direito na cidade.
“Não há dúvida (de que Lai) nutriu ressentimento e ódio pela China” durante muitos anos de sua vida adulta, declarou a juíza Esther Toh ao tribunal lotado.
O magnata, vestindo um suéter verde-claro e um paletó cinza, sentava com os braços cruzados ao escutar o veredito. Os outros dois juízes do caso foram Alex Lee e Susana D’Almada Remedios.
Lai, fundador do extinto jornal Apple Daily e um dos críticos mais proeminentes da liderança do Partido Comunista Chinês, já passou cinco anos na prisão, enfrentando uma série de processos judiciais sob a abrangente lei de segurança nacional que Pequim promulgou em Hong Kong em resposta aos protestos de 2019.