Em decisão sobre Operação Transparência, com o objetivo de apurar irregularidades na destinação de verbas públicas de emendas parlamentares, o ministro Flávio Dino afirmou que o esquema era operado com conta de padaria.
Responsável por administrar a área das emendas parlamentares, a assessora especial da presidência da Câmara Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, foi o principal alvo da ação da Polícia Federal.
O magistrado destacou o desapego à formalidade na formação orçamentário, o qual classificou como incomum, e indicou que chamou a atenção o fato de a realocação de recursos de um ministro para outro ter sido registrado por meio de uma anotação à mão.
“Lamentavelmente, não há como não comparar a maneira de controlar e organizar o orçamento secreto coordenado por Tuca a uma ‘conta de padaria’. A anotação transparece que milhões em recursos públicos eram direcionados a partir de comandos verbais, sem qualquer preocupação com projetos ou interesses republicanos de fato. Mais uma vez, portanto, o indício é claro de que Tuca era a responsável por organizar o orçamento secreto. E, mais uma vez, com recursos vinculados à Codevasf, onde Tuca mantinha assento no conselho fiscal”, afirmou Dino.