O Ibovespa opera em queda nesta terça-feira (13) após o senador Flávio Bolsonaro (PL) afirmar que sua candidatura à presidência da República para 2026 é irreversível. A fala de foi proferida após especulações de que o nome de Flávio seria retirado da disputa eleitoral quando chegasse o momento. Havia também especulações de que o filho de Jair Bolsonaro seria vice em uma chapa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Por volta das 11h45, o Ibovespa recuava 1,20%, a 156.287,60 pontos. O senador disse que já estava esperando questionamentos e suposições de sua desistência por parte dos políticos do centrão. Segundo Flávio Bolsonaro, ele conversou com os caciques políticos desse grupo de forma franca, após os mesmos questionarem a viabilidade de seu nome por causa das pesquisas eleitorais.
“Eles veem as pesquisas de momento e temem o fato de o meu não tracionar. Eu pedi o apoio deles. Vou conversar com eles conscientes de que a minha candidatura é irreversível”, disse o senador, na sede da Polícia Federal, em Brasília, após fazer uma visita ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, diz que a fala deixou o mercado apreensivo, pois Flávio Bolsonaro não seria um candidato competitivo para o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Desse modo o mercado enxerga uma provável vitória de Lula nas eleições de 2026. Ou seja, o próximo governo tende a não ter a responsabilidade fiscal necessária”, diz Lage.
Segundo Arthur Horta, analista da The Link Investimentos, outro fator que agrava a situação é o governador paulista afirmar que apoia e respeita a decisão da família Bolsonaro. “O mercado via Tarcísio como o favorito para vencer as eleições, com ele concordando com a família Bolsonaro, a chance dele sair como candidato é baixa”, aponta Horta.
Diante desse cenário, os juros futuros disparavam e as ações que ligadas as taxas registravam as maiores quedas da Bolsa, como o segmento varejista. Os papéis do Magazine Luiza recuavam 5%, a 10,01 reais. No mercado de câmbio, o dólar disparava 0,51%, a 5,45 reais.
Bruno Yamashita, analista de Alocação e Inteligência da Avenue, explica que o mercado de câmbio também aguarda a decisão de juros do Banco Central americano, o Federal Reserve. “A decisão de juros de amanhã também deve mexer com a moeda”, diz Yamashita. Para a próxima quarta-feira (10), o mercado precifica um corte de juros de 0,25 ponto porcentual pelo BC americano. No Brasil, a estimativa é de manutenção da Selic em 15% ao ano.