A China atingiu a marca de 1 trilhão de dólares (5,4 trilhões de reais) em superávit comercial anual pela primeira vez, segundo dados divulgados pela Administração Geral de Alfândega chinesa, nesta segunda-feira, 8. Entre janeiro e novembro, o gigante asiático acumulou uma balança comercial positiva de 1,08 trilhão de dólares.
Em todo o ano de 2024, a China registrou um superávit recorde de 993 bilhões de dólares (5,3 trilhões de reais), já superado em 2025. O novo recorde é produto de décadas de políticas industriais que fizeram a China sair da condição de economia agrária subdesenvolvida, há cerca de 50 anos, para se tornar a segunda maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
As exportações chinesas cresceram 5,4% no período em relação aos primeiros onze meses de 2024, chegando a 3,4 trilhões de dólares (18,3 trilhões de reais). Já as importações ficaram praticamente estáveis, com leve redução de 0,6%, no mesmo recorte temporal, chegando a 2,3 trilhão de dólares (12,4 trilhões de reais).
A marca histórica ocorre apesar da redução nas vendas para os Estados Unidos neste ano, resultado da escalada no embate comercial entre os dois países. A entrada de produtos chineses no mercado americano diminuiu praticamente 17% nos primeiros onze meses do ano. Atualmente, as tarifas médias pagas por produtos chineses estão em 37%.
O maior parceiro comercial da China é a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que possui onze países membros, incluindo Vietnã, Indonésia, Malásia e Filipinas. O bloco representa 16,6% do comércio exterior da China. Em segundo lugar está a União Europeia, com 13% da balança comercial chinesa, seguida pelos Estados Unidos, com menos de 9% do total de transações. Contornando as barreiras americanas, as exportações chinesas para o Sudeste Asiático, a América Latina e a África cresceram 14%, 7% e 26%, respectivamente, ao longo deste ano.
