Em documento produzido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para embasar o ex-presidente Jair Bolsonaro para a live com ataques ao sistema eleitoral, o então diretor do órgão Alexandre Ramagem orientou o ex-mandatário a adotar postura estratégica para garantir uma composição favorável a ele no Conselho da República, o que poderia facilitar o aval a decretos de intervenção.
Criado em julho de 2021, dias antes da live, o documento “Presidente TSE informa.docx” traz uma recomendação de Ramagem, dizendo que não é o momento de se falar em Conselho da República, mas lembrando que o colegiado é formado por 14 membros que votam questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
Pontua que os indicados por Câmara e Senado estão com mandatos praticamente encerrados e que é importante ser estratégico para garantir que os novos escolhidos sejam aliados.
“Tinha que trabalhar essas vagas da Câmara e do Senado de forma silenciosa. Trabalhando os seis ocupantes, mais vice-presidente e ministro da justiça (ambos possuem assento), somam até 8 votos ara consulta e deliberação favorável à presidência da República”, sugeriu Ramagem no documento.